O empate com o São Paulo, no Heriberto Hülse, deixou sentimento dúbio para o Inter. Por um lado, ficou a boa impressão de ter jogado de igual para igual contra um dos melhores times do país mesmo com uma série de desfalques. De outro, a preocupação porque será preciso encontrar soluções para superar as ausências e evitar perder pontos que podem custar caro na disputa do título do Brasileirão.
Em Criciúma, o técnico Eduardo Coudet iniciou sem quatro de suas principais opções ofensivas: Enner Valencia, Rafael Borré, Lucas Alario e Mauricio. Com apenas três minutos de jogo, Alan Patrick sentiu lesão e precisou sair. O camisa 10 formava com Lucca o ataque colorado. Após sua saída, Hyoran passou a exercer o papel do meia que vira segundo atacante dentro do sistema 4-1-3-2 do treinador argentino.
O Inter até foi levemente superior no primeiro tempo, mas finalizou pouco. Foram apenas três tentativas, nenhuma delas no gol. Lucca ficou em campo até os 22 do segundo tempo e não conseguiu chutar nenhuma vez contra o gol de Jandrei.
— Lucca tem poucos minutos e irá tomando ritmo, era o único atacante por característica que tínhamos. Chegamos muito ao último terço, tivemos cruzamentos, mas a dificuldade que tivemos foi a presença de área, sobretudo quando saiu o Lucca, mas era normal que ele iria sentir por ser o primeiro jogo que iniciava — avaliou Coudet após a partida.
Sem Lucca, Wanderson entrou ocupando o lado esquerdo e Wesley passou a ser o homem mais adiantado do ataque. As mudanças, porém, não foram suficientes e o Colorado seguiu finalizando apenas para fora. Por outro lado, o São Paulo ameaçou e transformou Fabrício em figura da partida.
Dificuldades no ataque
Desfalque em Criciúma, Alario participou do treino da sexta-feira, mas não tem a presença garantida contra o Vitória. O argentino ainda não começou nenhuma partida neste Brasileirão. As mudanças no setor ofensivo têm sido constantes Em seis jogos, Coudet pôde escalar apenas uma vez a dupla de ataque considerada titular do Inter com Borré e Valencia Foi diante do Cuiabá. Ainda assim, a equipe só marcou o gol da vitória por 1 a 0 no segundo tempo, quando Valencia havia saído para entrada de Alan Patrick (o camisa 10 iniciou no banco por preservação).
Sistema tático preferido de Coudet, o 4-1-3-2 foi usado em quatro das seis partidas. A dupla mais usada foi Borré e Lucca, duas vezes, contra Bahia e Athletico-PR. Alan Patrick fazia contra o São Paulo seu primeiro jogo no Brasileirão tendo Lucca ao seu lado.
Mudança de sistema
Uma opção para Coudet diante da carência ofensiva é mudar o sistema tático. Diante de Palmeiras e Athletico-PR, o treinador montou o Inter no esquema 4-2-3-1 tendo Borré como homem mais adiantado do ataque. Para uma formação assim, Lucca segue sendo o único centroavante de ofício disponível caso Alario não tem condição de atuar. Coudet, porém, admitiu que a opção de ter Wesley improvisado pela faixa central é algo que ele vinha planejando e que vai procurar aprimorar nos treinamentos.
— Já havia falado com Wesley da possibilidade de ocupar essa posição pela dificuldade que se apresentava, mas também necessitamos trabalhar porque não é uma coisa natural. Lembram do último cruzamento em que ele está no segundo pau? Um centroavante natural teria acompanhado em direção ao gol. Pela sua posição, isso ainda não é um movimento natural para ele. Podemos trabalhar com os dias, mostrar imagens e tentar, mas ele pode nos ajudar ali porque tem características, tem técnica e bom jogo aéreo, mas para se sentir cômodo nessa posição vai ser preciso trabalhar — projetou.
Com Borré e Valencia com suas seleções, Alario convivendo com problemas físicos e Lucca ainda sem ter deslanchado, a tendência é de que Coudet precise encontrar alternativas para elevar o nível do seu ataque e manter vivo o sonho do tetracampeonato brasileiro.
Como Coudet montou o ataque do Inter no Brasileirão
Bahia - 4-1-3-2
- Lucca e Borré
Palmeiras - 4-2-3-1
- Borré na referência — Wanderson e Wesley abertos
Athletico-PR - 4-2-3-1
- Borré na referência — Wanderson e Wesley abertos
Atlético-GO - 4-1-3-2
- Borré e Lucca
Cuiabá - 4-1-3-2
- Valencia e Borré
Criciúma - 4-1-3-2
- Lucca e Alan Patrick — entrou Hyoran