Localizado às margens do Guaíba, o Centro de Treinamento (CT) do Parque Gigante, do Inter, foi engolido pelas águas. Enquanto no CT do Grêmio, na Zona Norte, o prejuízo se concentrou no gramado, os estragos na estrutura colorada foram maiores.
A cheia cobriu os campos de treinamento, invadiu o almoxarifado e fez as piscinas desaparecerem. No fim de semana, a placa vertical com os dizeres Clube do Povo tinha somente a primeira palavra à mostra. O "Povo" ainda permanecia debaixo da água.
No almoxarifado, o material de treinamento, como camisetas, meias e chuteiras, jazia no chão, sob os pés de quem tentava salvar algum item. Os armários de madeira compensada restaram destruídos. Nos últimos dias, a lama e o cheiro forte passaram a dominar vários pontos do que, antes da tragédia, era uma das vistas mais bonitas para o pôr do sol porto-alegrense.
Vidros da academia foram quebrados pela força da cheia. Parte da grade ao redor dos campos saiu do lugar. Ao entrar na dança das águas, um toboágua saiu do seu habitat natural e parou em um espaço onde não terá qualquer utilidade. Caso semelhante também foi visto no ambiente dos vestiários, com equipamentos arrastados pela enchente, a exemplo de um cama de massagem.
O que diz o Inter
De acordo com o vice-presidente de administração do Inter, André Dalto, o Parque Gigante precisará de 90 a 120 dias para ser reconstruído. A direção pensa em formas de evitar que o local, onde também funciona a sede social do clube, seja atingido por novas cheias, o que pode aumentar o tempo de trabalho.
— A partir do momento em que a água baixar bem, vamos precisar de uns 10 dias para fazer o levantamento. A mobília foi toda perdida. A gente acredita que os gramados também foram todos perdidos — comenta o dirigente.
O Parque Gigante permanece sem energia. Ainda não foi possível fazer o levantamento das avarias na infraestrutura elétrica.