Oito dias depois da decepção, o futebol oferece ao Inter uma chance de retornar aos trilhos. A partir das 19h desta terça-feira, no Estádio Mario Kempes, o time de Eduardo Coudet visita o Belgrano na abertura da Copa Sul-Americana. A competição continental surge como uma oportunidade para dar a volta por cima e corrigir os rumos de um ano que começou promissor, sofreu um baque mas ainda está em fase inicial.
O Inter foi o primeiro clube brasileiro a valorizar a Copa Sul-Americana. Foi à semifinal em um ano e conquistou no outro. Em 2008, apresentou no campeonato uma de suas melhores versões, com um trio ofensivo inspirado, formado por D'Alessandro, Alex e Nilmar, escudados por Edinho, Magrão e Guinazú.
Magrão, portanto, sabe bem o que significa esse título. Atual diretor esportivo colorado, ele diz:
— Conversei com todos os jogadores, vi indignação, vontade de vencer. Para jogar em uma equipe como o Inter, precisa vencer. É assim que trabalhamos, vivemos o dia a dia. Esses atletas foram campeões por onde passaram. Quando se perde, costuma-se fazer terra arrasada, mudar tudo. Não entendo futebol assim. Os trabalhos bem sucedidos são mais longevos.
Em 2024, a Copa Sul-Americana representa ao Inter a possibilidade de sair da fila em 13 (ou 15) jogos. São 13 anos desde o último título internacional e oito sem o Gauchão. A premiação também é atrativa. Na primeira fase, estão em jogo quase R$ 8 milhões para uma campanha de 100% de aproveitamento. Ao final, o campeão terá arrecadado aproximadamente R$ 58 milhões. Somará 600 pontos no ranking da Conmebol. E estará na Libertadores de 2025.
— Você vê a grandeza dos clubes da Sul-Americana. A competição teve aumento de 450% de sua audiência, é valorizada e importante para o Inter. Mas não escondemos o olhar especial para o Brasileirão e para essas 38 rodadas. Mas é possível, pelo elenco que montamos, manter a competitividade em todos os campeonatos. É uma competição que o Inter entra para buscar o título — disse Barcellos.
O time terá força máxima. Ao menos a disponível. O problema é que os três desfalques de Coudet estão no ataque. Valencia não se recuperou da lesão no pé direito que o atormenta desde o Gre-Nal. Fará tratamento até o final desta vez. Alario voltou aos treinos com o grupo nesta segunda-feira e não está à disposição. E Hyoran tem um desconforto muscular.
Assim, a tendência é de que Borré tenha Alan Patrick como companheiro de ataque. A ideia do treinador era não usar o camisa 10 na linha adiantada, mas isso será necessário pela falta de opções.
Entre as novidades da equipe, é quase certa a estreia de Thiago Maia. O volante que veio do Flamengo deve ser titular no meio-campo, formando o setor com Mauricio, Wanderson e um nome entre Fernando, Bruno Henrique e Bruno Gomes. Fernando, se não for volante, atuará como zagueiro, no lugar de Mercado.
Da parte do Belgrano, há empolgação após a goleada sobre o Tigre fora de casa na Copa da Liga Argentina. Torcedores formaram filas ao longo do dia para comprar ingressos e é esperado um grande público no Estádio Mario Kempes. Especulou-se time misto pela necessidade de pontuar no campeonato local, mas não se descarta mais que o time tenha força máxima contra o Inter.
Seja como for, até que comece o Brasileirão, daqui a dois finais de semana, o foco colorado está na Copa Sul-Americana. O primeiro brasileiro a ser campeão quer o bi.