O craque argentino Angel Di María desistiu de um de seus sonhos da carreira, ao menos momentaneamente. O jornal A Bola, de Portugal, afirmou que o meia abriu mão de retornar ao Rosário Central, clube pelo qual foi revelado. De acordo com o portal, isso ocorreu por conta das recentes ameaças recebidas pela sua família na Argentina.
Segundo o jornal português, o atleta pensa em renovar com o Benfica. Porém, o argentino veria com bons olhos uma possível transferência para Arábia Saudita ou Estados Unidos. O interesse do Inter, noticiado por um jornalista argentino, não foi mencionado pela publicação. O atleta também chegou a ser oferecido ao Grêmio em 2023.
Natural de Rosario, Di María já havia declarado interesse em voltar ao clube de formação após o término do contrato com o Benfica, que se encerra em junho deste ano. No entanto, o episódio e a situação da cidade, que se tornou a mais perigosa da Argentina, fizeram o meia-atacante campeão do mundo pela sua seleção nacional mudar de ideia.
Aos 36 anos, Di María soma 15 gols e 10 assistências em 40 jogos pelo Benfica. Essa é a segunda passagem do jogador pelo clube português, que tem interesse em prorrogar o vínculo com o craque argentino.
Rosario vive momentos de terror
A família do meia-atacante argentino Di María recebeu ameaças de morte em Rosario. Segundo o site Infobae, um carro deixou um cartaz em frente à casa de Di María advertindo que nem mesmo o governador provincial Maximiliano Pullaro poderia garantir a segurança do jogador e de seus familiares.
De acordo com fontes policiais, o pai do atleta chegou a receber uma mensagem com os dizeres "Diga a seu filho Ángel (Di María) que não volte a Rosário porque senão estragaremos tudo matando um familiar. Nem Pullaro vai te salvar. Nós não jogamos fora pedaços de papel. Jogamos chumbo e gente morta".
A cidade de Rosario, recentemente, viu o crescimento do tráfico de drogas, com grupos descritos como narcoterroristas disputando território e influência. Assim, houve aumento significativo de violência na região, o que provocou a chegada de reforços do exército argentino para tentar controlar a situação.
Inclusive, o Papa Francisco, em uma mensagem gravada e divulgada pelo Vaticano na semana passada, manifestou solidariedade com a cidade argentina diante de uma nova onda de ameaças criminosas e alertou para a "cumplicidade" em diferentes níveis:
— Sem a cumplicidade de um setor do poder político, policial, judicial, econômico e financeiro não seria possível chegar à situação.