No jogo de intensidade proposto por Eduardo Coudet, um dos atletas que tem ganhado destaque no início da temporada é Bruno Henrique. O meio-campo fez gol na última partida, contra o Santa Cruz, e já atuou de diferentes formas no setor. Em entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, nesta sexta-feira (9), ele falou sobre a adaptação ao time e projetou o ano do Inter.
Bruno Henrique reconheceu que tem variado os tipos de movimentação dentro do esquema tático do treinador. No compromisso mais recente pelo Gauchão, por exemplo, quando balançou as redes, esteve mais aberto, junto à lateral direita do campo. Para o volante, no entanto, não é difícil se adaptar a mudança.
— Nesse último jogo, tive uma função um pouco mais diferente, que é jogar um pouco aberto. Só que, ao mesmo tempo, quando a gente está com a bola, eu jogo muito ali no meio, para poder abrir espaço para o lateral — explicou.
Contratado em 2023, o atleta de 34 anos reforçou a ideia de que o Coudet é um treinador que cobra alta voltagem dos jogadores. Andar pouco e correr muito é um princípio para o argentino. Quando atua recuado, Bruno Henrique também é orientado a participar da construção ofensiva.
— Quando jogo de volante, jogo até um pouquinho mais à frente ainda. Ele gosta sempre que procure esse espaço ali no meio para poder pegar a bola rápido, para se der acionar os atacantes e fazer essa definição da jogada, sempre rodando na faixa do meio. Isso é uma coisa que ele vem pedindo para todo mundo. Reter a bola, trabalhar bem a bola, envolver o adversário, controlar o jogo. Isso que o time está começando a fazer nessa temporada e está fazendo bem —avaliou.
Didático
A conversa com Bruno Henrique foi um prato cheio. Ele mostrou desenvoltura em explicar as funções que tem em campo.
— Jogando no meio você tem que correr para os dois lados. Jogando na lateral, na ponta direita, você também faz esse movimento de dar o primeiro combate no lado esquerdo do adversário. Quando a bola está do outro lado, como o nosso primeiro volante busca na frente, o outro volante está atrás dele, então esse cara da ponta fecha do lado do primeiro volante — comentou.
No meio-campo, há rotatividade de quem avança e quem fica para marcar para não deixar o time exposto:
— Se um foi, outro fica. No caso, quando estava eu e o Aránguiz, ele ia e eu ficava. Às vezes, até eu, quando eles já tinha passado, e a bola estava rodando, eu também ficava. Então, é manter sempre esse padrão da defesa.
Curiosidades
Questionado sobre o Gre-Nal do Gauchão, marcado para 25 de fevereiro, Bruno Henrique afirmou que o jogo ainda não é assunto no vestiário. Porém, disse saber que não se trata de uma partida "normal".
— No momento em que a gente está, a gente tem que pensar jogo a jogo — ponderou.
A rivalidade Gre-Nal foi tema de conversa entre Bruno Henrique e Marcelo Grohe, colegas de Al-Ittihad, na Arábia Saudita. Os dois se tornaram grandes amigos.
— Quando eu falei para ele que estava vindo para o Inter, ele falou “bah, meu, vai pro Inter?”. Eu falei para ele "pois é, agora a gente é inimigo aí né, brincadeira, não vou mais falar com você" — contou, bem humorado.
Brincadeiras à parte, Bruno Henrique garantiu confiança de que o ano reserva boas notícias ao Inter. Elogiou o trabalho de Coudet, a quem caracterizou como um treinador que "cobra muito". Ele concorda com o técnico no que diz respeito à qualidade do elenco montado para 2024.
— Acredito que esse ano o nosso grupo está mais fortalecido para poder entrar nos campeonatos e poder brigar por títulos — complementou.