A segunda partida do Inter no Beira-Rio pelo Gauchão 2024, realizada neste sábado (27), ficou marcada pelo som diferente ecoado no estádio. Um total de 12.490 mulheres, crianças de até 12 anos, idosos e pessoas com deficiência acompanharam a vitória do Colorado por 3 a 0 sobre o Ypiranga.
A liberação dos portões somente para esses perfis de torcedores foi aprovada pelo TJD-RS como parte da punição ao clube pelas brigas na semifinal do Gauchão de 2023, quando o Inter foi eliminado pelo Caxias.
Nas arquibancadas, o cenário era diferente daquele que as pessoas estão acostumadas a ver. Os bumbos e a cantoria eram comandados pelas “gurias”, mas o volume não perdeu em nada para a torcida presente nas partidas com públicos maiores.
Antes de a bola rolar, no entorno do estádio, o clima era de muita animação. Não faltaram “caras novas”, pessoas que nunca haviam pisado em um estádio de futebol aproveitaram a oportunidade para conhecer a casa do Inter.
No parque Marinha do Brasil, ao lado do Beira-Rio, as gurias ensaiavam um pouco do “show”, que seria visto depois nas arquibancadas. Luana Zotti, uma das líderes da torcida, falou com empolgação da oportunidade e ressaltou que a ação deveria ocorrer novamente e não só porque houve punição ao clube.
— Espero que isso se repita cada vez mais. Que a gente possa mostrar a força da mulher na arquibancada.
Eduarda Martins, assídua nos jogos do Colorado, destacou que, mesmo sendo por conta de uma determinação da Justiça, é uma situação importante para a torcida feminina.
— É um momento muito emocionante, para fazer história.
A sensação, sentida não só pela torcida, mas também pela reportagem de GZH, pode ser resumida em segurança, tranquilidade e acolhimento. Segurança por saber que as mulheres estiveram em um ambiente onde amor delas pelo esporte não seria julgado e criticado. Tranquilidade por saber que as crianças seriam bem recebidas e os mais maduros respeitados. Acolhimento devido às pessoas estarem cercadas de outras que entendiam e sentiam a mesma coisa.
Inter e Ypiranga foi um lembrete que a “cancha” também é um lugar de mulher, torcendo ou trabalhando.