GZH publicou na tarde desta sexta (8) sabatinas com os dois candidatos à presidência do Inter. Alessandro Barcellos, da chapa "Em Frente! Pelo Inter, pela torcida!", e Roberto Mello da chapa "Gigante de Novo", deram entrevistas veiculadas no YouTube de GZH. Nelas, eles responderam a diversas perguntas dos jornalistas Rodrigo Oliveira, Vini Moura e Jeremias Wernek e também de torcedores sobre o futuro do clube.
Foram abordados temas como a chegada de reforços para 2024, a necessidade de títulos, organização das finanças, planos para as categorias de base e futebol feminino.
A eleição com os associados do Inter ocorrerá no sábado (9), entre 9h e 17h, com votação no Gigantinho e também através do site votainter.com.br.
Confira algumas respostas de Melo
Por que merece o mandato?
Minha trajetória não começou em 2017, não caí de paraquedas (no Inter). Começou 10 anos antes, na comunicação social, onde entendi a importância dos consulados. Período em que aumentamos o número de sócios, com o projeto Rio Grande Vermelho, e também dos grandes títulos: Libertadores e Mundial. Nosso plano agora é lançar o Brasil Vermelho. Nas categorias de base, aprendi a linguagem do vestiário. A repercussão é menor, mas os problemas são os mesmos, e revelamos Alisson, Fred, Otávio, Dourado e William. Em 2013 cheguei ao futebol e fomos campeões gaúchos. Depois, perdemos as eleições. Voltamos em 2017, trouxemos o Inter de volta à Série A e à Libertadores, onde o clube precisa estar.
Reforços
Precisamos de quatro peças para reforçar o time titular. Será fundamental investir na base, por isso teremos de ser agressivos no mercado. Difícil falar em posições, mas precisamos saber que no ano que vem teremos o problema sério da Copa América, quando possivelmente perderemos jogadores por até nove rodadas. O dirigente do Inter tem de pensar grande, ter ousadia, tentar trazer os grandes jogadores. Se o preço está fora das possibilidades, não vamos contratar, mas temos de ir atrás, ter criatividade para tentar fazer acontecer. Se o Inter não quebrou nesses últimos três anos, não vai quebrar.
Investidores
A contrapartida que o Sonda (Delcir) quer é o reconhecimento, de ajudar o Inter a voltar a ser campeão e deixar um legado com a construção do CT de Guaíba. No passado, era o Inter que pedia ajuda dele para vários negócios. Na época, era oferecida uma garantia, mas na maior parte delas ele perdeu e já perdoou dúvida de R$ 25 milhões. Pra contratar o D'Alessandro, ele pagou US$ 6 milhões e não recebeu nada. Agora ele quer ajudar, participar da gestão e deixar um legado, não tem contrapartida de percentual de atletas.
Categorias de base
Um grande erro foi trazer um profissional, de grande trabalho na Argentina, mas que não conhecia o mercado brasileiro. Profissional da base deve conhecer o país, com relacionamento em diversas partes. Depois de ter sido diretor da base, quando eu era vice-presidente vi que nossa base estava com problemas. Trouxemos o Rodrigo Caetano ao profissional, mas com experiência na base, e outros profissionais, como o Erasmo Damiani, que depois foi ouro olímpico com a Seleção, além de uma consultoria para registrar nossos processos. A base será prioridade, é fundamental para o Inter ter sucesso.
Futebol feminino
Nossa gestão vai dar muita importância para a mulher colorada. A nossa chapa é a única que tem mulher como candidata (a vice), a Luciana (Gomes). Além disso, criaremos no nosso plano a vice-presidência da mulher, para incentivar as mulheres a ocuparem mais espaço dentro da gestão. Precisamos mudar essa realidade. Quando mulheres ocupam mais espaços, trazemos melhores resultados. Também vamos investir no time feminino, para evitar o que aconteceu no ano passado, quando houve um desmonte. E vamos trazer a Duda (Luizelli), com mais de 15 anos de história no clube, também com história na Seleção Brasileira.
Metas para 2024
A atual gestão prometeu muita coisa na última eleição. Prometeu 200 mil sócios, mas não passou de 130 mil. Prometeu títulos e não ganhou nada. Prometeu base forte, só que não revelamos ninguém. No CT do Guaíba, não construímos um poste de luz. Houve a promessa de um clube mais digital, mas os torcedores têm dificuldade no check-in. Nós sabemos que temos como cumprir tudo que prometemos, já fizemos no passado. Montar uma equipe competitiva, com a prioridade de ganhar o Gauchão. Não vamos abrir mão dessa meta. Temos de acabar com esse conformismo, de perder e achar que está tudo bem. Não está tudo bem.
Permanência de Eduardo Coudet
Liguei para o Coudet e ouvi que ele tem situações pessoais para resolver com a família, caso particular. Mas não só eu liguei para ele. O Abel (Braga) ligou, o D'Alessandro também. Ele disse que se sente um pouco sozinho, que necessita de profissionais para proteger o vestiário. E ele disse ao Abel que gostou muito desse suporte. Hoje tem o Magrão, mas ainda é iniciante nesse cargo (gerente esportivo). Com relação ao que ele (Magrão) disse depois do jogo contra o Botafogo, é normal. Ele trabalhou duas vezes com o Alessandro (Barcellos). Eu o contratei, mas não tive o prazer de trabalhar com ele e desenvolver essa relação. Ganhando a eleição, nós vamos ter essa relação, talvez até melhor do que existe hoje com o atual presidente.
O que pode aproveitar da atual gestão?
Infelizmente, na gestão, não vejo possibilidades. No time, temos bons jogadores, experientes e vencedores. Em 2020, o Inter estava preparado para ganhar, mas foi feita uma ruptura, saindo Abel Braga para vir o Miguel Ángel Ramírez, saindo Rodrigo Caetano para chegar Paulo Bracks. Experiências que não deram certo. Essa gestão recebeu um time vice-campeão brasileiro e caiu para o Vitória na Copa do Brasil. Depois veio o Cacique Medina, perdeu para o Globo, levou três no Beira-Rio de um Grêmio que tinha sido rebaixado, depois caiu para o Melgar. Pensamos que em 2023 iria melhorar, mas caímos para Caxias e rebaixado América-MG. Qual a expectativa de que irá melhorar? Foram três anos de pessoas fracassando.