GZH publicou na tarde desta sexta (8) sabatinas com os dois candidatos à presidência do Inter. Alessandro Barcellos, da chapa "Em Frente! Pelo Inter, pela torcida!", e Roberto Mello da chapa "Gigante de Novo", deram entrevistas veiculadas no YouTube de GZH. Nelas, eles responderam a diversas perguntas dos jornalistas Rodrigo Oliveira, Vini Moura e Jeremias Wernek e também de torcedores sobre o futuro do clube.
Foram abordados temas como a chegada de reforços para 2024, a necessidade de títulos, organização das finanças, planos para as categorias de base e futebol feminino.
A eleição com os associados do Inter ocorrerá no sábado (9), entre 9h e 17h, com votação no Gigantinho e também através do site votainter.com.br.
Confira algumas respostas de Barcellos
Por que merece um novo mandato?
Assumimos em 2021, dentro de uma pandemia. Ficamos 11 meses sem a condição de público total no Beira-Rio e com queda brusca no quadro social, reduzindo receitas. Na época, estávamos há 11 anos sem um grande titulo, sendo quatro sem Gauchão, e com necessidade muito grande de consertar as coisas. Com espírito de mudança, trabalhamos e fizemos muito. No segundo ano, já em condições normais, tivemos o primeiro superávit e a maior receita do Inter. Agora voltamos ao alto patamar do quadro social, colocamos os contas em dia, além de chegarmos entre os quatro melhores da América do Sul. Nossa projeção de orçamento no ano que vem é de R$ 40 milhões, mais R$ 40 milhões ou R$ 50 milhões para aquisição de atletas. Por isso, estamos muito mais próximos das vitórias que estávamos há três anos.
Reforços
É hora de colhermos juntos os frutos de duros anos que passamos colocando a casa em ordem. Os reforços, por óbvio, estão em condição bem melhor de acontecer, bem diferente de antes. Em todas as contratações tivemos de obedecer um limite financeiro muito duro, mas mesmo assim montamos um time muito forte. Agora teremos capacidade de investimento para trazer jogadores em condições de titularidade.
Investidores
Nossa relação com o Elusmar Maggi vem desde 2021. Estive com eles mais de uma vez, como estive com o Sonda, apresentando os modelos de gestão do Inter. Isso foi criando uma relação de confiança, não só com o Elusmar, mas com diversos agentes financeiros do país. Mas antes não tínhamos a condição e a credibilidade de atrair um investidor. Agora estamos propondo um fundo de investimento. Todos poderão fazer parte e todos poderão saber, através de uma regulação, por onde está passando o dinheiro. Não existe almoço grátis. Essa relação precisa ser transparente. Não é um salvador da pátria que vai resolver nossa vida.
Categorias de base
Precisávamos mudar a metodologia das categorias de base. Em 2020, o único titular era o Bruno Fuchs. A meta de 40% do grupo se mantém, é isso que eleva a régua. No primeiro ano, investimos mais de R$ 3 milhões no CT de Alvorada, com campos, alojamento e salas de estudo. A vinda do Gustavo Grossi, com trabalho reconhecido no River Plate, foi para isso. Temos Gabriel Carvalho, Ricardo Mathias, João Dalla Corte, Matheus Dias, Thauan Lara, Lucca... é um trabalho que vai melhorando a cada ano, pois vão vindo jogadores de baixo.
Futebol feminino
Dobramos o investimento na nossa gestão. Pulamos de R$ 4 milhões para R$ 9 milhões. E agora vamos aumentar o investimento e continuar ganhando títulos na base e no profissional. O futebol feminino está evoluindo muito rápido e os contratos também. As meninas estão sendo requisitadas por outros clubes, renovamos com a Priscila, da Seleção Brasileira, com muito trabalho e esforço.
Perfis das contratações
Durante muito tempo se acreditava que uma ou duas pessoas iluminadas faziam as contratações e levavam os méritos ou deméritos. Agora é um processo. Nós entendemos que é necessário um investimento em todos os setores da equipe. Não vou especificar as posições, pois não me ajuda no mercado a prospectar. Mas jogadores afirmados, que cheguem para brigar pela camisa de titular do Inter. Olhamos para o sistema defensivo, pois precisamos de mais alternativas para enfrentar o calendário, a renovação de Mercado, a manutenção de Vitão. Nas laterais, a mesma coisa. Quando tivemos de mudar o time titular esse ano, tivemos uma queda de rendimento.
Cobranças para aproveitamento de jovens
Essa meta é apresentada para todos os treinadores e a gente cobra isso. Mas não é uma questão nova. Temos visto até uma certa desigualdade nas críticas. No Inter, pedem jogadores 18 ou 19 anos, mas no rival são os de 24 ou 25. Nossos meninos são quase veteranos, há muita pressa. Pode ocorrer de o treinador colocar em momentos difíceis ou a torcida ser impaciente, mas precisamos melhorar a qualidade dos nossos jovens. Não é só o treinador botar pra jogar. Que outro jogador que aqui não deu certo e teve oportunidade em outro lugar? Caras que eram idolatrados na base, mas que não vingaram no profissional.
Erros da gestão e correções
Fazemos avaliações permanentes todo o ano, mas preciso contextualizar sempre que trabalhamos com limite. O contexto não nos dava possibilidade de fazer mais do que a gente fez. Talvez pudéssemos fazer melhor, mas não tínhamos a condição financeira. Além disso, uma necessidade de buscar alternativas diferentes das tradicionais. Se fizéssemos mais do mesmo, seguiríamos não ganhando. Mas os riscos que corremos, infelizmente, não deram certo. Arriscar menos seria mais do mesmo. Talvez o tempo fosse condescendente, mas os resultado seria o mesmo. O Palmeiras arriscou, contratando um treinador que comandava o Braga e o PAOK. Isso foi risco. O mesmo Palmeiras que fretou o avião para buscar o Miguel Ángel Ramírez, mas não fechou contrato. Conosco não ele deu certo, mas foi um risco que corremos. E é necessário buscar alternativas, pois o que estava sendo feito não ganhou nada.