Enquanto ainda busca definir a renovação do técnico Eduardo Coudet, a direção reeleita do Inter tem a missão de vasculhar o mercado em busca de reforços para o próximo ano. Se em 2023 as chegadas de jogadores no meio do ano qualificaram o time de forma tardia para, por exemplo, brigar pelo título do Brasileirão, para a próxima temporada a ideia é contar desde o primeiro trimestre com os reforços almejados.
Os jogadores na mira da direção vêm sendo traçados desde antes da eleição. Nomes como o do meia Gustavo Scarpa, um grande sonho para o meio-campo, e de Bruno Rodrigues, com status de grupo, surgiram durante a disputa do Brasileirão. No final de semana, já com a reeleição de Alessandro Barcellos, veio a informação apurada por GZH de que o Inter tenta contratar o centroavante Lucas Alario.
Ainda que nomes como Mauricio, Wanderson, Alan Patrick e Valencia tenham terminado a temporada em alta, a busca de jogadores do setor ofensivo se explica pela dificuldade que o Inter teve quando precisou mexer peças. O fortalecimento do elenco foi tema da entrevista coletiva de Eduardo Coudet após a vitória sobre o Botafogo, pela última rodada do Brasileirão.
— Temos um grupo muito bom, mas quando faltam nove jogadores, por exemplo, ouço que esses nove seriam titulares em equipe tal, em outra, que bom, mas quando trocamos nove não ganhamos de ninguém. Então, para falar, aproveito que é o último dia (de entrevista) porque depois não sou muito de falar por telefone com vocês (imprensa), não sou nem de falar com minha família por telefone — afirmou ao falar sobre o desempenho do Inter sob o seu comando.
Além dos habituais desfalques por lesões e suspensões, o Inter terá de lidar com convocações em 2024. Apenas durante a Copa América, que será disputada entre 20 de junho e 14 de julho, nos Estados Unidos, serão jogadas seis rodadas do Brasileirão. O goleiro Sergio Rochet o volante Aránguiz e o atacante Enner Valencia têm sido constantemente convocados para suas seleções e devem ser desfalques no período. Johnny, negociado com o Betis, é outra que também tem presença constante nas convocações dos Estados Unidos, mas a tendência é de que ele vá para o clube espanhol já em janeiro.
O comentarista e apresentador da Rádio Gaúcha Rafael Colling lembra da promessa feita pelo presidente Alessandro Barcellos na campanha de que o Brasileirão será a prioridade do Inter em 2024. Para isso, ele ressalta a necessidade que contar com um elenco robusto para poder brigar pelo título.
— O mais importante para quem quer voltar a ganhar o Brasileirão é ter um banco de reservas à altura do titular. Além disso, para que Coudet consiga manter a intensidade da equipe no segundo tempo, o foco deve ser em atletas com excelente condição física — alerta.
O orçamento do Inter para 2024, que ainda será apreciado pelo Conselho Deliberativo, irá prever investimentos de 8 a 9 milhões de euros (R$ 42,4 milhões a R$ 47,7 milhões na cotação atual) em contratações de jogadores. O valor até parece alto, mas, por exemplo, é metade do que o Flamengo planeja pagar apenas na contratação do meia Nico de La Cruz. A negociação com o River Plate pela compra do uruguaio deve ser fechada em 18 milhões de euros. Para competir com adversários desse poderia será preciso que o Inter seja criativo e assertivo em suas negociações.
Nomes na mira
Lucas Alario
- Posição: centroavante
- Idade: 31 anos
- Clube atual: Eintracht Frankfurt-ALE
Gustavo Scarpa
- Posição: meia
- Idade: 29 anos
- Clube atual: Olympiacos-GRE
Bruno Rodrigues
- Posição: atacante
- Idade: 26 anos
- Clube atual: Cruzeiro
Colunistas opinam: quais devem ser as prioridades de contratações do Inter para 2024?
Gustavo Manhago, narrador e apresentador da Rádio Gaúcha
"O Inter precisa de um atacante para titularidade e que jogue com Valencia ao lado. Também precisa um goleiro reserva para o Rochet, pois o Keiller é insuficiente e um lateral-esquerdo para ser titular. Mesmo que o Renê tenha sido regular ao longo do ano, ele acabou nos momentos decisivos indo mal".
Rafael Colling, apresentador e comentarista da Rádio Gaúcha
"Para o time titular, o Inter precisa de um volante mais qualificado, que consiga propor jogo e sustentar a marcação. Criaram uma ideia no Inter de que Johnny era um grande volante. Nada disso: futebol burocrático e de pouco dinamismo. Um centroavante reserva melhor do que os que o Inter tem, é fundamental. Valência deverá estar fora em vários momentos para defender a seleção equatoriana. E mais um zagueiro também é importante, em nível de titularidade".
Marcos Bertoncello, colunista de GZH
"O Inter precisa de um atacante para jogar ao lado de Valencia. Percebeu-se como o time ficou carente em momentos nos quais o equatoriano não conseguiu balançar as redes ou esteve ausente. As reposições com Luiz Adriano, Lucca ou Pedro Henrique mostraram-se insuficientes para momentos da partida em que Coudet precisava de alternativas ofensivas".