Começou a semana mais importante do ano para o Inter. Na quarta-feira, decide, contra o Fluminense, uma vaga na decisão da Libertadores. No domingo, tem o Gre-Nal, válido pela 26ª rodada do Brasileirão. Ambos no Beira-Rio. Estarão em disputa, ao mesmo tempo, a chance da glória de voltar à final da maior competição da América e o clássico que virou fundamental para a sequência no campeonato nacional.
É que, no Brasileirão, o Inter se atrasou definitivamente. Com os resultados do final de semana, caiu para a 14ª posição. Está a três pontos da zona de rebaixamento. A derrota dos reservas colorados para o Atlético-MG, por 2 a 0, ligou o alerta no Beira-Rio. Apesar de não ter jogado mal, perdeu chances claras e deu três pontos de presente para o Galo.
— Jogamos contra uma grande equipe e fizemos um grande jogo. Eles chegaram duas vezes e fizeram dois gols. Nós tivemos chances e, infelizmente, a bola não entrou — disse Luiz Adriano, que também respondeu sobre a influência desse jogo na decisão de quarta-feira:
— Continua a mesma concentração.
De fato, o jogo contra o Atlético-MG era um incômodo. As atenções estão todas voltadas para o duelo com o Fluminense. O time de Fernando Diniz também mandou reservas e também perdeu pelo Brasileirão, 3 a 0 para o Cuiabá na Arena Pantanal. Para Coudet, nada disso importou.
— Um jogo prévio a uma decisão é assim, concentrar a cabeça nesse jogo era muito difícil. É inevitável não conversar sobre a semifinal. Falamos hoje, ontem, anteontem. Por isso digo que esse jogo em particular era tão difícil. Foi o último em que precisamos cuidar de jogadores. Colocar Valencia me doeu. É um jogador muito determinante, era um risco. Mas tínhamos 15 minutos para buscar o empate. E levamos o gol logo depois. Me arrependi na hora — disse o treinador.
Coudet deu duas declarações daquelas clássicas de motivação antes de uma decisão. A primeira:
— Somos o "Patito Feo" (Patinho Feio) da semifinal.
A segunda saiu ao ser perguntado sobre o mano-mano feito pelo SporTV, que colocou 10 jogadores do Fluminense no time ideal e apenas Vitão do Inter:
— Não tenho dúvida de que o Fluminense é favorito.
O treinador colorado não poupou elogios ao colega do time carioca. Chamou o Flu e Diniz de "time e técnico do ano", pelo trabalho de quase dois anos que carregou a equipe até a semifinal da Libertadores.
O 2 a 2 do Maracanã deixa os colorados empolgados. Todos os ingressos que não haviam sido reservado pelos sócios foram vendidos em 42 minutos, o que gerou reclamações nas redes sociais. A expectativa é de nova quebra de recorde de público no Beira-Rio (50.479 torcedores, obtidos contra o River Plate). Para ter o melhor ambiente possível, o técnico avisou que Johnny e Rochet estão liberados. E pediu:
— Não quero que nada de ruim chegue aqui. Se vamos achar que vai acontecer uma catástrofe, está errado. Não quero que a mensagem ruim chegue no torcedor do Inter. Nos davam como mortos contra o River e passamos.
A torcida atendeu. Mesmo com a derrota para o Atlético-MG, reconheceu o esforço do time. E logo após o apito final, passou a cantar a música que pede foco para ganhar a Libertadores. Como se fosse preciso. O "incômodo" do Brasileirão acabou. Tudo é quarta-feira. Como já era desde a quarta-feira passada, na verdade.