Os reservas do Inter até fizeram um bom jogo e encararam o Atlético-MG. Porém, padeceram com a mesma dificuldade dos titulares: colocar a bola na rede. Por mais de 70 minutos, controlaram a partida, tiveram o controle, ocuparam o ataque e fizeram o goleiro Éverson trabalhar. Só que, bola na rede que é bom, nada. 

Não é de graça que o Inter tem o pior ataque do Brasileirão. Menos mal que há um outro time na Libertadores. Com Coudet, são oito gols em cinco jogos. No Brasileirão, são sete em 10.
Aliás, é essa mudança de personalidade que embala os sonhos dos colorados. 

A Libertadores faz o time migrar para uma outra dimensão. Tanto que, nesta noite fria de sábado nenhum dos quase 24 mil colorados no Beira-Rio parecia, de fato, estar com a cabeça ali. O clube respira o Fluminense.

Tanto que, horas antes de enfrentar o Atlético-MG, o clube abriu a venda para as demais categorias de sócio que não a de carteira vermelha. Os lugares se esgotaram em minutos. Houve quem tivesse entrado no sistema para garantir lugar e se visse na posição 58 mil, 59 mil na fila. Nem se tivesse dois Beira-Rios garantiria lugar.

Muito dessa realidade de foco na quarta-feira impactou no jogo contra o Atlético-MG. Não pelo time que começou a partida. Os reservas fizeram um excelente primeiro tempo e começo de segundo. Faltou o gol. Foi até surpreendente. 

O Atlético-MG, como disse Felipão ao final, ficou nas cordas. Os dois times foram para o intervalo com a estatística de 70% de posse de bola do Inter, que teve três finalizações a gol, contra nenhuma dos mineiros. Aliás, eles só chegaram ao ataque uma vez.

Coudet percebeu que havia muitas chances de ganhar do Galo, de Hulk, de Paulinho e Felipão. Passou a colocar titulares. Até porque os reservas cansaram. Só que, por aquelas loucuras do futebol e do nosso calendário, os titulares entraram jogando de forma cuidadosa, sem aquele instinto de competição. 

Enner e Mallo foram exceções. Aránguiz, Alan Patrick e Mauricio pouco agregaram. Assim, veio o 2 a 0 e a sensação de que a quarta-feira, no Beira-Rio, vem logo depois de sábado.