Depois de passar por River Plate e Bolívar nos mata-matas da Libertadores, o Inter conhecerá na noite desta quinta-feira (31) próximo obstáculo a ser superado no caminho em busca do tri da América. A partir das 21h30min, Fluminense e Olimpia se enfrentarão no Defensores del Chaco, em Assunção, para definir quem será o rival dos comandados de Eduardo Coudet no último degrau antes da sonhada final de 4 de novembro, no Maracanã.
Se no lado paraguaio há o apego à tradição de um tricampeão continental e a esperança de repetir uma virada como a realizada nas oitavas de final diante do Flamengo, os brasileiros, que buscam a inédita conquista de Libertadores, têm a seu favor a vantagem de 2 a 0 obtida no Maracanã em jogo que prevaleceu a maior qualidade técnica da equipe de Fernando Diniz sobre a de Francisco Arce.
Em um duelo que pode ser colocado como a técnica contra a força, há diferença também entre o que os adversários desta noite copeira oferecem em relação aos mandos de campo para a semifinal. Se enfrentar o Fluminense, o Inter novamente terá o segundo jogo do confronto no Beira-Rio, como aconteceu contra River e Bolívar. Se o rival for o Olimpia, a primeira partida será em Porto Alegre com a decisão no Defensores del Chaco.
A maneira de jogar das duas equipes também irá oferecer cenários distintos aos colorados na semifinal. O Fluminense preza pela posse de bola, que faz da construção das jogadas pelo chão desde a defesa a sua marca. Não por acaso, o Tricolor carioca aparece com o segundo maior índice de média de posse da Libertadores, com 61,6%, atrás apenas do Flamengo. Já o Olimpia é 27º em posse entre os 32 times que disputaram a competição desde a fase de grupos, com 42%. Os dados são do site Sofascore.
No jogo de ida das quartas de final contra o Fluminense, o Olimpia teve a bola em apenas 30% do tempo. Havia tido menos ainda contra o Flamengo em terras cariocas, 25%. Na virada sobre o Rubro-negro com o 3 a 1 no Defensores del Chaco, os paraguaios ficaram com a bola apenas em 45% do jogo, mesmo que tenham dominado a partida com 14 finalizações contra quatro dos cariocas.
Isso se deu pela forma de jogar, baseada em ataques rápidos e cruzamentos, embora Arce se declare admirador de0 Diniz. Em recente entrevista à Zero Hora, o ex-lateral do Grêmio fez elogios ao jeito de atuar das equipes do treinador Fluminense e disse pensar futebol de maneira parecida, mas que não tem implementado esse estilo por ter assumido em meio à disputa da Libertadores sem uma possibilidade de pré-temporada para preparar a equipe.
— O Fluminense é dirigido por um treinador (Fernando Diniz) que admiro a forma de trabalhar. Gostamos do mesmo estilo de jogo, mas cheguei (ao Olimpia) sem possibilidade de tempo para treinar e estou mudando pequenas coisas para deixar o time competitivo —declarou em entrevista publicada em 15 de agosto.
Com maneiras distintas de jogar, Fluminense e Olimpia fazem campanhas quase iguais na Libertadores. Com nove jogos cada, ambos têm os mesmos números de vitórias (cinco cada), empates (dois) e derrotas (duas). O saldo também é o mesmo: oito. O Olimpia até marcou mais gols, 16 a 15, mas o Fluminense sofreu um a menos, sete contra oito. Assim, cada um ao seu jeito encontrou eficiência ao longo da Libertadores. O melhor nesta noite estará diante do Inter na semifinal.
Olimpia na Libertadores
- 9 jogos
- 5 vitórias
- 2 empates
- 2 derrotas
- 16 gols marcados
- 8 gols sofridos
- Saldo: 8
Fluminense na Libertadores
- 9 jogos
- 5 vitórias
- 2 empates
- 2 derrotas
- 15 gols marcados
- 7 gols sofridos
- Saldo: 8
O que eles pensam: qual adversário é melhor para o Inter enfrentar?
Gustavo Manhago, narrador e apresentador da Rádio Gaúcha
"Sempre é melhor pegar o time mais fraco. E o Olímpia é pior do que o Fluminense. O fato de ter de decidir em Assunção não pode se sobrepor à qualidade do adversário a ser enfrentado. Eu prefiro sempre enfrentar os paraguaios do que os cariocas. Sem jogadores com capacidade técnica, o Olimpia vai vir aqui apenas para se defender e tentar levar algo para decidir em casa. O Flu vai jogar tanto no Maracanã quanto no Beira-Rio. Os riscos aqui serão grandes também mesmo no jogo de volta. E se você é mais atacado, corre mais perigo. Eu prefiro enfrentar o pior sempre."
Marcelo De Bona, narrador e apresentador da Rádio Gaúcha
"Bem difícil. São times com estilos diferentes. O Fluminense é melhor, mas deixa mais espaços. O Olimpia aposta na força física e marcação. O Inter precisa de espaços para jogar, mas é necessário levar em conta que no time carioca tem André, Marcelo e a dupla Keno e Cano."
Luciano Potter, representante da torcida colorada no Sala de Redação
"Olimpia. Porque sempre é pior pegar times que têm melhores jogadores com poder de decisão. Fluminense tem vários. Alguns com o poder de te eliminar em uma noite. Olimpia é um bom time, claro. Mas com menos jogadores decisivos."
Vini Moura, representante da torcida colorada nas jornadas da Rádio Gaúcha
"Enfrentar o time com menos qualidade sempre é o mais importante. É claro que entre Olimpia e Fluminense a equipe carioca é melhor. O tricolor possui jogadores como Marcelo, Arias, Ganso, Nino, André e Cano. Todos são atletas de muita qualidade. Porém, tem algo na campanha do Inter na Libertadores que está dando certo. As estratégias traçadas por Coudet para decidir no Beira-Rio levaram o Colorado à semifinal da competição. O mais interessante nesse momento é manter essa realidade. Jogar contra o Fluminense significa decidir em Porto Alegre. O fator local é relevante para o Inter."