Antes mesmo do embarque para a Bolívia, na entrevista coletiva após a derrota para o Fortaleza, no sábado (19), Coudet fez o alerta para as dificuldades que o Inter vai enfrentar. Ele recordou a experiência que teve como jogador na altitude de La Paz, que foi longe de ser positiva. Em 2001, o então meio-campista atuava no River Plate e enfrentou o The Strongest, pela Libertadores.
— Não se sabe o que pode acontecer, muitas vezes você sofre. É outra preparação. Falo da minha experiência. Já joguei na altitude de La Paz — relembrou.
Mas como foi essa partida? Em 5 de abril de 2001, já pela quinta rodada da fase de grupos, o River Plate experimentou algo que é comum a muitas equipes que vão jogar na altitude de La Paz. E acabou levando 4 a 1, em um ritmo muito intenso dos bolivianos.
No jogo em Buenos Aires, um atropelo do River Plate, com vitória de 5 a 1. Os bolivianos, que ainda sonhavam com a classificação, queriam dar o troco. E, com 5 minutos, já venciam por 2 a 0, com gols de Richard Rojas e Doyle Vaca.
O jogo foi "maluco" e, com 8 minutos, o River descontou com um jogador que, futuramente, viria a atuar no Inter. Fernando Cavenaghi apareceu na pequena área para complementar um cruzamento rasteiro da esquerda. No final do primeiro tempo, o The Strongest fez 3 a 1 com outro gol de Vaca.
O meia Eduardo Coudet, então com 28 anos, deixou o campo no início da etapa final, para a entrada do atacante Carlos Chacana. E, por pouco, não atuou na mesma partida com outro ex-Inter. Aos 16 minutos, o jovem D'Alessandro, então com 19 anos, entrou na partida. Mas o cenário não se modificou e, Líder Paz, aos 19, fechou o placar para o The Strongest.
Um último fato curioso liga o futebol brasileiro a essa partida: o técnico do River Plate na ocasião era Ramón Diaz, hoje treinador do Vasco.
O The Strongest teria vida curta naquela Libertadores, eliminado ainda na primeira fase. Já o River chegou até a mesma fase de quartas de final em que o Inter se encontra nesta terça, para enfrentar o Bolívar nos primeiros 90 minutos da decisão. E espera melhor sorte para Coudet e seus comandados nos 3,6 mil metros de altitude do que no distante ano de 2001.