O semestre do Inter pode estar em jogo nesta quarta. A partir das 13h, em Luque, haverá o sorteio das oitavas de final da Libertadores. Por mais que o discurso oficial seja o de não escolher adversário, é óbvio que enfrentar times melhores torna a missão mais complicada.
O caminho colorado pode ter grifes poderosas como Flamengo, River Plate, Atlético-MG, mas há também desconhecidos, o Deportivo Pereira, e outros tradicionais, mas que não colocam tanto medo (Nacional-URU, Atlético Nacional-COL e Argentinos Jrs).
Além dos confrontos do primeiro mata-mata, será também definido o caminho até a decisão, marcada para o Maracanã em novembro. Seja quem for o oponente, o time de Mano Menezes definirá em casa nas oitavas. A seguir, veja as oito possibilidades.
Flamengo
Dono da segunda melhor campanha entre os segundos colocados, o atual campeão Flamengo não será o mesmo time que disputou a fase de grupos da Libertadores. Por enquanto, para mais. O time carioca buscou três reforços, o goleiro Rossi, o volante Allan e o atacante Luiz Araujo, para a sequência da temporada. Apesar das especulações da janela, especialmente sobre Pedro e Gabigol, não perdeu jogadores até o momento.
O time de Jorge Sampaoli ainda oscila. Ora faz jogos excelentes e sufoca adversários como fez diante do Aucas, ora leva goleadas inexplicáveis, como os 4 a 0 que levou do Bragantino.
Nacional-URU
Adversário que o Inter encarou no Grupo B, o Nacional fez os mesmos 11 pontos do Flamengo, atrás no saldo de gols. Foi a terceira melhor campanha entre os vice-líderes. Apesar de muito tradicional, não mostrou, na primeira etapa, um futebol que colocasse muito medo.
Nos confrontos com o time de Mano Menezes, buscou empates nos acréscimos nas duas partidas. Em ambos, usou o mesmo método, a bola aérea. No Beira-Rio, resistiu a uma pressão tremenda no primeiro tempo e alcançou o 2 a 2. No Parque Central, saiu atrás e igualou tudo em uma cobrança de falta para a área.
Bolívar
A melhor campanha entre os segundos colocados. Com 12 pontos, só ficou atrás do Palmeiras, o time que mais pontuou na fase de grupos, em seu grupo. O Bolívar, inclusive, venceu o time paulista, que usou reservas na abertura da Libertadores.
A estratégia dos bolivianos é um clássico da América do Sul. Faz valer o fator local na altitude de 3,6 mil metros de La Paz e depois tenta garantir o resultado fora de casa. Ganhou os três jogos que fez no Estádio Hernando Silles e ainda conquistou três pontos também no Paraguai, contra o Cerro Porteño.
River Plate
A novidade do River Plate em 2023, para além da troca do multicampeão Marcelo Gallardo para Martín Demichelis no comando técnico, é seu estádio. Trata-se do novo Monumental de Núñez, cuja capacidade subiu para 86 mil torcedores. O de maior capacidade na América do Sul. Na nova casa, o time está invicto na Libertadores, venceu os três jogos da fase de grupos, fez oito gols e levou dois.
Líder do Argentino, é o melhor time do país vizinho. Tem em Nacho Fernández, Enzo Pérez e Ezequiel Barco seus pilares. Há ainda Palavecino, De La Cruz, Beltrán e Borja como destaques.
Argentinos Juniors
O Argentinos Juniors só está no pote 2 porque levou um gol nos instantes finais da rodada derradeira da primeira fase. A equipe empatava com o Independiente del Valle até os acréscimos, mas acabou perdendo por 3 a 2. Por isso, ficou em segundo lugar no grupo que tinha o Corinthians. Eles venceram o time paulista em Itaquera e ficou no 0 a 0 em casa. É uma equipe física, que se não é brilhante tecnicamente, ao menos compete até o final.
Está em 10º no Argentino, venceu nove jogos e perdeu oito. O destaque é Federico Redondo, filho do craque Fernando Redondo, que joga com o mesmo estilo na mesma posição do pai.
Deportivo Pereira
Trata-se da maior surpresa do mata-mata da Libertadores. O clube é da cidade de Pereira, no interior da Colômbia (a 200 km de Cali). Está na competição continental, diga-se, porque foi campeão nacional em 2022.
Na Libertadores, tem a pior campanha entre os dois classificados. Ficou em segundo no grupo do Boca (de quem ganhou em casa, aliás), mas conseguiu segurar o tradicional Colo Colo na rodada final. A curiosidade é que o time colombiano fez apenas oito pontos, campanha que lhe permitiu avançar em sua chave, mas em todas as outras seria eliminado.
Atlético-MG
O Atlético-MG que começou a Libertadores na fase preliminar e agora chegou às oitavas de final teve várias mudanças. A começar pela casamata. Eduardo Coudet, que fez toda a montagem do grupo do Galo, teve uma saída conturbada.
Seu substituto foi Luiz Felipe Scolari, que nem era mais treinador. O time tem altos e baixos, e o final de semana foi o exemplo perfeito: abriu 2 a 0 sobre o América-MG em um primeiro tempo arrasador, cedeu o empate e acabou vaiado no Mineirão.
Hulk, é claro, continua sendo o destaque. Mas, na Libertadores, Paulinho tem sido o craque. O atacante é o goleador da Libertadores, com sete gols.
Atlético Nacional
Com 10 pontos, o Atlético Nacional ficou em segundo em seu grupo, atrás do Olimpia. O resultado não chega a ser ruim. Mas o que preocupa os colombianos é o ambiente.
Desde que perdeu a final do campeonato nacional para o Millonarios, Paulo Autuori tem dificuldades para controlar e dar a volta por cima. O time, já classificado, perdeu logo na sequência para o Patronato, em casa, pela Libertadores.
Mas é bom ficar de olho. Os campeões de 2016 têm bons jogadores no grupo, como o centroavante Dorlan Pabón, vice-goleador da Libertadores, com seis gols. O veterano Jefferson Duque é sua dupla no ataque.