O Inter vai para a pausa da Data Fifa comemorando o que considera uma ascensão na comparação a si mesmo. A vitória sobre o Vasco por 2 a 1 no Beira-Rio, com gols de Rômulo e Wanderson, e que ficou marcada por um milagre de John, foi a quarta em uma série de seis jogos invicto. O resultado subiu a equipe para a 10ª posição após 10 rodadas no Brasileirão, a três pontos do G-6.
O cenário do jogo foi idêntico ao dos outros. Em menos de meia hora, o Inter havia aberto 2 a 0 e dominava amplamente o confronto. Mas não conseguiu controlar depois de sacramentar a vantagem. Deu a bola para o adversário, recuou e passou a apostar em contragolpes. Só que eles não vieram. E o domínio se transformou em gol. A tranquilidade deu lugar à tensão e o empate só não saiu porque a trave impediu duas vezes e o goleiro salvou.
Mano Menezes apontou duas razões para explicar o jogo. Uma foi a condição física. O técnico revelou que, no sábado, só pôde fazer 20 minutos de treino. Os jogadores estavam esgotados e não conseguiam executar nada do que a atividade propunha, ainda sentindo os efeitos da partida de quarta-feira, diante do Nacional-URU pela Libertadores.
Enquanto isso, o adversário apenas se preparava para jogar, depois de ter atuado apenas na segunda-feira. O cansaço era tanto que Alan Patrick, sentindo dores, esteve ameaçado de não jogar, e que a decisão de colocá-lo em campo se deu apenas ao meio-dia. A outra justificativa foi a boa atuação do Vasco, que alterou a forma de jogar e, na pressão, tentou o resultado de qualquer jeito. Por isso, o técnico comemorou o resultado:
— Estamos há seis jogos sem perder, isso é uma retomada de uma condição mais próxima do que podemos fazer. Em determinados momentos, vamos sofrer um pouco. Com o que sofremos em maio, agora subir na tabela aponta que coisas melhores estão por vir.
De acordo com o treinador, as linhas do Inter baixaram porque o Vasco se impôs. Muito também em razão do desespero dos cariocas pela situação no Brasileirão.
— Não tínhamos a ilusão de que o jogo seria fácil. Não recuamos porque gostamos de recuar. Mas porque o Vasco teve o mérito de ficar com a bola — disse o treinador.
O jogo ficou marcado também por um lance de vinheta. Eram 41 minutos e 52 segundos da etapa final. Gabriel Pec chutou, a bola bateu na trave. Do outro lado, Lucas Piton pegou o rebote e estava a três metros do gol. John, nesse instante, estava de costas. O chute do lateral entraria certamente. Mas o goleiro do Inter se atirou na bola e fez uma defesa inacreditável, três segundos depois da conclusão original de Gabriel Pec.
O fã de Dida, com quem se considera inclusive parecido fisicamente, manteve a humildade na hora de explicar o lance. Dividiu o mérito com os preparadores e com os companheiros de posição:
— Fui feliz em fazer uma grande defesa, o grupo vem trabalhando bem, sabendo sofrer na hora certa. É trabalho, não tem como explicar. Estamos fazendo vários trabalhos de reação, de chute, fui feliz. Estava na hora certa, no momento certo.
O jogo também foi especial para outro jogador. Rômulo marcou seu primeiro gol pelo Inter e justificou a escolha de Mano para começar a partida. O volante se emocionou na comemoração. E comentou, após o jogo:
— Ano passado tive um desentendimento no Juventude, acabei dando um passo atrás, indo para um time da Série D. Quando o Inter quer a contratação, precisamos dar o nosso melhor. Depois do gol, me bateu isso, então chorei e agradeci a Deus pelo que vem acontecendo na minha vida. Me deu aquele alívio no coração. Me identifiquei com o Inter pela característica de pegada, de chegar junto. Estamos treinando e conversando para criar essa identidade.
O Inter agora terá uma semana e meia sem jogos. Volta a campo apenas em 22 de junho, contra o Coritiba, no Couto Pereira. Até lá, pretende ter Aránguiz, Gabriel e Mauricio à disposição. Enner Valencia, que será anunciado nesta semana, ainda não poderá jogar, já que a janela só abre em julho. A pausa é considerada fundamental para Mano e sua comissão melhorarem a condição física da equipe.