O Inter tentará neste domingo (21) quebrar um tabu que dura quase 17 anos. Desde 5 de novembro de 2006 o Colorado não consegue vencer um Gre-Nal válido pelo Brasileirão fora de casa. O último foi ainda no Estádio Olímpico, por 1 a 0, com gol de Iarley. Herói daquela tarde, o ex-jogador colorado concedeu entrevista ao programa Show dos Esportes, da Rádio Gaúcha, na noite desta sexta-feira (19), onde lembrou daquele clássico e deu seu pitaco para a escalação que Mano Menezes deve mandar a campo na Arena, no final de semana.
O Gre-Nal, válido pelo segundo turno do Brasileirão de 2006, foi o último antes da disputa do Mundial de Clubes, no Japão, e também o único com vitória do Inter naquele ano. Iarley lembrou do clima hostil vivido na chegada da delegação colorada e de como aquilo serviu como motivação para a equipe comandada por Abel Braga.
— Era um ambiente hostil. Teve pedrada no nosso ônibus na chegada, quebrou o vidro. Chegamos no vestiário e falamos: "esse é o ambiente, vamos ganhar aqui dentro". (No gol) O Gabiru desviou de cabeça, a bola sobrou e eu peguei de virada — recordou.
Para tentar quebrar o tabu, Iarley acredita que Mano Menezes deve escalar Wanderson e Pedro Henrique nas duas pontas, tendo um centroavante pelo centro do campo. Segundo o atacante campeão do mundo, o Inter não pode abrir mão de ter os dois homens de velocidade juntos.
— Usaria o Pedro Henrique pelo lado direito. Se fala que o PH não pode jogar com o Wanderson, e penso que é uma bobagem, tudo é estratégia do jogo. O Wanderson é o titular da esquerda porque tem um contra um e a velocidade para cortar para dentro. O Pedro deveria jogar pela direita atacando as costas do lateral no facão, posicionado para atacar o espaço com o 9 saindo para fazer parede. Eu jogaria sempre com os dois juntos. Mauricio jogaria por dentro ou entrando na partida. Pedro Henrique seria titular, podendo ter até um falso 9, mas penso que o Luiz Adriano pode dar essa qualidade como falso 9 — projetou.
Sobre o momento ruim do Inter na temporada, Iarley avalia que o elenco perdeu peças de reposição em relação ao ano passado e que os jogadores que chegaram ainda precisarão de um período de adaptação.
— O Mano é um cara que conhece muito de futebol, mas ao analisar o time do ano passado para o deste ano, penso que saíram vários jogadores importantes sem reposição à altura. Foram trazidos jogadores que precisarão de tempo para entender o que é o Inter e atingir o nível dos outros que estavam aqui. Independente de conquistas, eles (os que saíram) tinham rendimento. O Mano não conseguiu o 11 ideal e tirar um nível de Brasileirão do grupo dele. É preciso analisar contratações e as perdas que teve — avaliou Iarley.