A necessidade de preservação por conta da sequência de jogos fez com que Mano Menezes abrisse mão de ter Alan Patrick como titular diante do Goiás neste domingo, no Beira-Rio. Sem o camisa 10, o treinador buscou uma formação diferente no setor ofensivo, mas o time não conseguiu render o melhor futebol. A criatividade colorada melhorou a partir da entrada de Alan Patrick no intervalo. O Desenho Tático de GZH mostra como o Inter foi montado taticamente na vitória sobre os goianos.
Além de Alan Patrick foram preservados o atacante Wanderson, o volante Campanharo e o goleiro Keiller. Mas a saída que impactou o Inter taticamente foi mesmo a ausência do camisa 10 na formação inicial. Sem seu meia principal, Mano Menezes optou por mexer no desenho da equipe saindo do habitual 4-2-3-1 para um 4-1-4-1. Matheus Dias, Johnny e De Pena formaram um tripé no meio-campo tendo Mauricio pela direita e Pedro Henrique pela esquerda na linha atrás do centroavante Luiz Adriano.
Assim, o Inter teve dificuldade para controlar o Goiás no começo da partida. Os problemas foram admitidos por Mano Menezes na coletiva pós-jogo. Assim, ainda durante a etapa inicial, ele mudou o desenho do time voltando para o 4-2-3-1. Johnny passou a atuar aberto pela direita, De Pena virou um volante ao lado de Matheus Dias e Mauricio foi centralizado como meia.
Mano iniciou com um tripé no meio-campo e alterou posicionamento ainda no 1º tempo:
O Inter teve sua chance mais clara de gol nos primeiros 45 minutos em uma jogada fruto dessa alteração. Aos 30 minutos, Johnny cruzou da direita para Mauricio que, dentro da área, girou sobre a marcação e finalizou perto. Essa jogada foi um lance isolado e, por isso, a entrada de Alan Patrick acabou sendo providencial para a vitória no segundo tempo.
— A gente saiu com uma ideia de um 4-5-1 (o 4-1-4-1 inicial). Em função de que o Goiás estava tendo uma saída de bola qualificada, eu modifiquei e trouxe o Johnny para fora empurrando o Mauricio para dentro para tentar pressionar mais alto um jogador que iniciava as jogadas deles (Zé Ricardo), que é o volante central. Melhorou, mas ainda faltou qualidade de construção para a gente. Ao colocar um volante na beirada, ele tem mais dificuldade para construir uma jogada ofensiva que um meia. Por isso, o Alan Patrick entrou no intervalo. Com dois meias o time construiu com maior qualidade — avaliou.
Com Alan Patrick entrando no intervalo no lugar de Matheus Dias, Mano Menezes manteve o sistema 4-2-3-1 recolocando Mauricio para a direita e fazendo Johnny formar uma dupla com De Pena.
O Inter teve até um menor número de finalizações no segundo tempo em relação ao primeiro - 11 contra sete -, mas controlou mais o jogo. Com Alan Patrick ditando o ritmo, o Colorado aumentou sua posse de bola - de 52% na primeira etapa para 64% na segunda - e assim permitiu menos finalizações do adversário. O Goiás chutou nove bolas no gol no primeiro tempo e apenas cinco no segundo - sendo que nenhuma delas foi no gol defendido por John.
O Inter volta a campo na próxima quarta-feira (3), às 19h, para enfrentar o Nacional, pela Libertadores. Poupado no primeiro tempo contra o Goiás, Alan Patrick terá condições de iniciar diante dos uruguaios. O jogo de domingo mostrou que a presença do camisa 10 ainda é fundamental para o Inter manter seu melhor padrão de jogo.