Há situações que os números estampados no placar não contam, o que pode levar a análises que não dialogam com o resultado. Ao final da partida de domingo (30), o telão do Beira-Rio tinha desenhado a vitória por 1 a 0 sobre o Goiás, pela terceira rodada do Brasileirão. Três dias antes, o Inter perdeu para o CSA por 2 a 1, pela Copa do Brasil. Qual atuação agradou mais ao técnico Mano Menezes? A do jogo contra os alagoanos. Qual resultado fez o treinador colorado abrir um sorriso mais largo? Sem dúvida, os os três pontos somados diante dos goianos.
A principal razão para celebrar mais o placar do que o desempenho está na perspectiva que a vitória trouxe. Nos primeiros degraus dessa escadaria chamada Campeonato Brasileiro, os colorados somam sete pontos e ocupam a sétima colocação. Com nove pontos, o Botafogo é o único que pontuou mais que a equipe gaúcha. O cenário nessa arrancada de competição é festejado por Mano.
— Era um jogo em que o resultado era mais importante do que tudo, pelas circunstâncias da semana. No futebol tem passos que podem adiantar situações ou pode atrasar um pouco o processo. Lá (contra o CSA) jogamos melhor como time e era natural, porque o time estava mais completo, mas não fizemos a vitória, fizemos a classificação. Hoje (domingo), ao meu ver, jogamos um pouco menos, mas fizemos o resultado. Fechar rodada no G-4 é gostoso, dá confiança e nos deixa na turma que queremos estar na competição — argumentou.
A análise se dá na comparação entre as duas escalações. No meio da semana, em Maceió, o treinador utilizou seus principais jogadores desde o apito inicial. Contra o Goiás, uma série de titulares foram poupados no começo da partida, quando os visitantes apresentaram maior volume de jogo. Entre os bancários, estava Alan Patrick. A alta minutagem na temporada, fez camisa 10 descansar nos primeiros 45 minutos do confrontos. Ele entrou no intervalo para deixar a equipe um pouco mais redonda.
Mano explicou como tem sido o processo de utilização do jogador, que no ano passado apresentou desgaste após chegar do futebol ucraniano.
— Está dentro daquilo que ele precisa fazer. É o controle que fazemos para não correr risco. Entendemos que a primeira parte do jogo poderíamos competir mais para dar a ele uma atuação com o adversário com mais minutagem, para fazer vale a qualidade técnica diferenciada que ele tem.
Ele ponderou também o tema em relação a Luiz Adriano, de apagada atuação. O comandante colorado disse que o centroavante ainda passa por um processo de recondicionamento.
Mano foi o técnico do Inter contra o Goiás, será o comandante contra o Nacional, na quarta-feira, pela Libertadores, e, se depender dele, continuará no cargo até o fim do ano. Cogitado desde sexta-feira como um possível substituto de Cuca no Corinthians, ele afirmou, sem margens para interpretações, que seguirá no clube.
— Não estou no mercado. O torcedor do Inter, aqueles que me querem, podem ficar tranquilos, cumprirei meu contrato — declarou antes da partida.
O gol da vitória foi marcado por De Pena. Não foi um gol qualquer por dois motivo. O primeiro foi a plasticidade do lance, um sem pulo da risca da grande área. O segunda, por ter sido o milésimo gol do Inter na Era dos Pontos Corridos.
— Foi um gol importante, por ter significado a vitória. Estávamos precisando. Vínhamos de uma classificação sofrida. Precisamos confirmar. Sofremos demais, mas assim é o futebol. Fiquei esperando o rebote e a bola sobrou. Já tinha em mente chutar. Às vezes ela entra, às vezes não. Foi muito importante pelos três pontos — celebrou o uruguaio.
O próximo compromisso colorado pelo Brasileirão será contra o São Paulo, no próximo domingo (7). Antes, tem o Nacional, pela Libertadores, em uma quarta-feira em que Mano Menezes e os colorados querem que o placar e o desempenho se unem e falem, de maneira positiva, a mesma língua.