A Copa do Brasil continua, mas quantos sustos. O Inter que precisou de pênaltis, após perder no tempo normal para o CSA, quinto lugar do Campeonato Alagoano, integrante da Série C nacional, contrasta com o mesmo Inter que vence o estelar Flamengo no Beira-Rio pelo Brasileirão.
No meio da semana, um time com dificuldades de criação e conclusão, que vaza nas vezes em que é assediado. No domingo, uma defesa brigadora e um ataque competente. Há quatro erros evidentes que precisam ser resolvidos imediatamente, já para enfrentar o Goiás, neste domingo, 18h30min, para evitar riscos e manter o bom aproveitamento no Brasileirão. A seguir, veja as falhas que o jogo de Maceió escancarou e as possíveis soluções para a equipe de Mano Menezes.
1 - Levar gol em todos os jogos
Mano Menezes carrega uma fama de retranqueiro, mas isso não se aplica ao Inter. Ao menos em 2023. Nas últimas 10 partidas, o time levou gol em nove. Apenas contra o Metropolitanos-VEN saiu do campo zerado. O próprio treinador já havia dito que se preocupava com essa situação, já que, desta forma, precisava marcar dois para vencer. A curiosidade é que, em 2022, seu time ficou sete partidas seguidas sem ser vazado no Beira-Rio.
Para reduzir os danos, uma das alternativas pode ser retomar as opções mais combativas. Johnny, por exemplo, teve apenas uma ação defensiva diante do CSA (uma interceptação). Não conseguiu nem sequer um desarme. Campanharo precisou acumular as tarefas do colega de função. Além disso, a dupla consolidada na zaga, Mercado e Vitão, não tem conseguido repetir o desempenho do ano passado.
2 - Perder muitas chances
— A equipe jogou bem e criou o suficiente para vencer a partida. E só não o fez porque não marcou os gols.
A declaração foi de Mano Menezes ao final do confronto de quinta-feira (27). De fato, segundo o FootStats, foram 20 finalizações contra 11 do adversário. Mas o time perdeu chances de dentro e de fora da área, de jogadas trabalhadas a lances fortuitos, de atacante ou defensores. Tivesse convertido apenas metade das nove conclusões que foram na direção da trave, teria avançando sem sustos em Maceió.
O time está precisando de mais capricho e mais tranquilidade para fazer os gols que constrói. Para isso, será necessário treinar e conversar, para recuperar a confiança e tornar fáceis partidas que deveriam mesmo ser menos complicadas.
3 - Desempenhos ruins de Johnny e Alemão
O Inter todo não está bem, mas dois jogadores em especial caíram bastante de desempenho. O campo está gritando com Mano Menezes: Johnny e Alemão estão bastante abaixo, inclusive do que já demonstraram. O brasileiro naturalizado norte-americano não tem conseguido marcar como a posição de volante exige nem criar como se espera de um meia. Normalmente, um atleta jovem na mira da seleção de seu país só sai do time quando está vendido. Até lá, segue como titular até para se valorizar. Talvez a exposção exagerada esteja prejudicando a negociação.
Alemão viveu altos e baixos a temporada. Bem mais baixos. De goleador do time, passou a ser reserva. Mas agora recuperou espaço. O que precia, no mínimo, é retomar a confiança para voltar a ser participativo.
4 - Desgaste por excesso de jogos
Mano adotou uma estratégia: usa força máxima sempre que possível. Até por isso conseguiu bons resultados na temporada. Mas o excesso de partidas está bem nítido. O time está cansando, especialmente no segundo tempo. E esse reflexo se dá nos melhores jogadores. Alan Patrick, Wanderson e Renê são os mais desgastados. Mas como não havia vantagem confortável para enfrentar o CSA, foi necessário escalá-los. O camisa 10 não aguentou até o final.
— Tivemos de trocá-lo para não estourar e termos essa opção para a sequência da temporada — disse Mano sobre Alan Patrick.
Sem ele, o time perde bastante qualidade. Será preciso superar mais esse problema para enfrentar o Goiás no domingo.