O Inter viu o melhor e o pior do Caxias. Em 8 de fevereiro, pela sexta rodada do Gauchão, o encontro entre as duas equipes deu um sinal sobre o que vem pela aí na semifinal, cujo jogo de ida está marcado para sábado, no Estádio Centenário.
Naquela partida, no Beira-Rio, a equipe de Mano Menezes saiu na frente em um primeiro tempo intenso e de muitas chances de gol, o Inter fez 1 a 0 (em um lance irregular, com impedimento). Na segunda etapa, porém, o ritmo diminuiu bastante, o time da Serra cresceu. Na parte final, virou para 2 a 1, com dois gols de Wesley. Mas Alemão, nos acréscimos, conseguiu deixar tudo igual.
Claro que agora o cenário é outro, com mata-mata e decisão. Mas os jogadores são os mesmos, os treinadores também. Então, que lições aquele confronto deixou?
Desperdício de chances
Foi consenso que toda a dificuldade que o Inter teve se deu porque o time perdeu muitas chances. Especialmente no primeiro tempo. Foram 11 finalizações em 45 minutos. E só uma foi parar nas redes. Sete tiveram a direção do gol, duas bateram na trave. Tamanho desperdício cobrou a conta na segunda etapa.
— O Inter fez um primeiro tempo muito bom, muito seguro, parecia que ia passar tranquilo pelo Caxias. O desempenho foi bem legal nos 45 minutos iniciais — lembrou o narrador Daniel Pereira, o Dandan, do SporTV, que transmitiu a partida.
Comentarista da transmissão da Rádio Gaúcha na partida, Diogo Olivier chegou a dizer que aquele havia sido o melhor primeiro tempo do Inter no Gauchão. E que talvez tamanha superioridade sem ser transformada em resultado acabou gerando a consequência que o segundo tempo apresentou.
Mano Menezes analisou:
—Tivemos volume, organização, chances de gol, chutamos duas no poste, além dos gols que fizemos e oportunidades. A equipe deixou escapar o resultado. Não precisava passar pelo que passou.
Marcação frouxa
O Inter reduziu a intensidade no segundo tempo. Especialmente nos combates no campo de ataque. Dando espaço para a maior virtude do Caxias, a saída de bola, permitiu que a equipe da Serra justificasse a melhor campanha entre os times do Interior. Para Mano, aliás, foi o time mais qualificado (claro, excetuando o Grêmio) que enfrentou.
Com a marcação mais frouxa, o Inter permitiu que o Caxias empatasse com um gol de fora da área com extrema liberdade. E outro concluindo uma batida cruzada.
— O Inter relaxou no segundo tempo — disse Dandan.
Erros de saída de bola
A partida mostrou ao Inter um problema. Quando foi acossado, teve dificuldades na saída de bola. Inclusive, o segundo gol saiu assim. O Caxias subiu a marcação, Vitão precisou dar um chutão, os visitantes recuperaram, levaram a bola ao ataque e fizeram o 2 a 1.
O Caxias, até agora, nunca ficou atrás da linha, em nenhuma das partidas do Gauchão. Inclusive contra a dupla Gre-Nal jogou de igual para igual. Incentivado pela torcida, em casa, a tendência é de repetir o cenário.
Desgaste físico
— Era início de temporada, começo do ano, outro cenário. Mas o Inter cansou no segundo tempo daquele jogo — analisou Dandan.
Esse é um resumo do que a noite mostrou no Beira-Rio. A equipe de Mano Menezes sentiu a sequência que vivia naquela época (havia jogado duas vezes por semana desde o começo do Gauchão) e com pouca rotação de atletas. O treinador precisou tirar alguns nomes importantes, como Alan Patrick, e perdeu o controle do jogo.
Para sábado, não é uma tendência o cansaço, já que a equipe tem uma semana de preparação e não tem mais atravessado maratonas. Ainda que tenha um desgaste, não deve ser equiparado ao que ocorreu em fevereiro.