A estreia do Inter no Gauchão decepcionou os pouco mais de 20 mil torcedores que foram ao Beira-Rio na expectativa de ver uma vitória sobre o Juventude. O empate mostrou que Mano Menezes terá correções a fazer já para a partida da segunda rodada contra o Avenida, nesta quarta (25), mas também apresentou pontos positivos para uma equipe que voltou a disputar um jogo oficial depois de 69 dias.
GZH aponta o que funcionou no jogo do último sábado (21) e o que foi problema na equipe de Mano Menezes em seu primeiro compromisso na temporada 2023.
Erros defensivos
Ainda que tenha mantido uma defesa que atuou junta durante o Brasileirão com bom rendimento, o Inter não mostrou solidez diante do Juventude. Logo aos três minutos, Rodrigo Rodrigues abriu o placar em lance que contou com falha de Keiller, que deu o rebote, mas não foi o único erro colorado no lance. O primeiro foi de Renê, que errou um passe para Johnny na intermediária defensiva. Depois, o próprio volante colorado acabou driblado por Mandaca antes da finalização.
O lance do gol foi o único com finalizações do Juventude no primeiro tempo. Na etapa final, porém, os visitantes tiveram duas chances ainda com o placar de 1 a 0. Após o empate do Inter com De Pena, o time da Serra fez o 2 a 1 em chute de Echaporã que desviou em Vitão. Nesse momento, o Colorado contava com seis jogadores dentro da sua área contra apenas três do Juventude e, mesmo assim, permitiu a finalização.
— O Inter levou os gols por erros seus. No primeiro, o Vitão demorou na decisão de recuar a bola, depois teve o passe do Renê e o erro técnico do Keiller. O segundo sai de um lateral que tem seis jogadores do Inter próximos e nenhum evita o chute. São erros normais, de tomadas de decisões, mas o que dita o resultado de um jogo são os detalhes — avalia Danny Morais, ex-zagueiro do Inter e que comentou a partida para o Premiere.
— Ficou evidenciado que a ausência de Gabriel no meio-campo não será suprida ainda com Johnny, que carece de adaptação defensiva à função. Ainda que Matheus Dias peça passagem para ser titular, não é nenhuma certeza. No gol, a falha de Keiller não caracteriza sangria desatada, mas uma evidente possibilidade de disputa de posição com o recém chegado John — opina José Alberto Andrade, comentarista da Rádio Gaúcha na partida.
Armadilha do adversário
As dificuldades na partida também estiveram ligadas à estratégia de Celso Roth. O técnico do Juventude apostou em uma marcação individual em todos os jogadores ofensivos do Inter, o que, principalmente no primeiro tempo, dificultou as ações naturais da equipe colorada.
Danny Morais avalia que o Inter acertou nas movimentações, mas errou muitas vezes na execução das jogadas por confundir velocidade com pressa exagerada.
— O Juventude marcou individualmente. O Jadson marcou o Bustos, o Emerson Santos, o De Pena, o (Jean) Irmer com o Alan Patrick. Isso tirou um pouco o Inter do conforto. Não funcionou muito pela marcação do Juventude, o Inter demorou muito com a bola no pé, não conseguiu trocar os passes rápidos. Havia movimentação, mas o passe não saía com rapidez. Sempre contra uma equipe que marca individual, o recurso do drible e de condução da bola desequilibram a defesa. O Vitão fez isso no lance do gol que terminou com o gol do Pedro Henrique — ressalta.
Produção ofensiva
Mesmo diante de uma boa marcação do Juventude, o Inter conseguiu criar chances de gol ao longo da partida. Apenas no primeiro tempo, foram 14 finalizações. Cinco delas acertaram o gol e só não acabaram na rede por defesas de Pegorari. Na segunda etapa, o time contabilizou mais 11 chutes, totalizando 25 finalizações na partida. Alan Patrick, com quatro conclusões — três no gol —, foi o jogador colorado que mais arriscou na estreia.
Para Gustavo Villani, que narrou o jogo para o canal Premiere, esses dados mostram que o Inter conseguiu em alguns momentos apresentar a mecânica ofensiva que funcionou ao longo do Brasileirão.
— Penso que o Inter fez um bom jogo. É começo de trabalho, então temos de ponderar. O pessoal ainda está sem ritmo de jogo, mas consegui identificar muita coisa do passado presente, que é a troca de passes, circulação de bola e muito volume ofensivo. Foram mais de 20 finalizações e uma grande noite do Pegorari, o goleiro do Juventude — avalia o narrador.
Para José Alberto Andrade, comentarista da Rádio Gaúcha no empate entre Inter e Juventude, a boa atuação de Wanderson com a entrada positiva de Pedro Henrique, autor do segundo gol, mostram uma disputa positiva, sendo que os dois podem até mesmo atuar juntos para Mano aumentar o poderia ofensivo da equipe.
— As boas notícias ficaram por conta da discussão em alto nível que se estabelece entre Pedro Henrique e Wanderson. Podem até jogar os dois porque ambos estão muito bem. No meio, De Pena voltou a ser o responsável pelo equilíbrio do time, com Alan Patrick ficando como o articulador. Uma outra boa notícia foi um trabalho efetivo nas jogadas aéreas ofensivas por parte dos defensores — destaca.
Números do jogo
- Inter x Juventude
- Posse: 63,5% x 36,5%
- Finalizações: 25 x 11
- Finalizações no gol: 10 x 5
- Desarmes: 6 x 15