Mano Menezes tirou alguns minutos da última entrevista coletiva para explicar as razões de não escalar ao mesmo tempo Wanderson e Pedro Henrique. Como o assunto já foi destrinchado inclusive em GZH, segue um resumo: é que do lado direito, o Inter tem Bustos, um lateral que agride a linha de fundo. Com mais um ponta, haveria congestionamento no local. E, ao mesmo tempo, a equipe perderia um jogador do meio-campo. Justificativa feita, há uma pergunta inevitável: contra o Coritiba, com ambos à disposição, qual deles o técnico deveria escalar?
Para responder essa pergunta, é preciso apontar semelhanças e diferenças entre os dois. Tanto Wanderson quanto Pedro Henrique são jogadores de beirada do campo. Wanderson, quase que exclusivamente pela esquerda; PH varia mais, ora aparece na direita, ora muda de lado. Essas características são claras e interferem na mecânica do ataque. O centroavante Alemão, diretamente interessado no assunto, fez uma avaliação sobre os dois:
— Wanderson busca mais a posse de bola, a tabela. Pedro Henrique é mais agudo.
Por ser destro e ter preferência por jogar na esquerda, Wanderson costuma cortar para dentro, triangular, tabelar e concluir. Pedro Henrique é um jogador de dribles mais longos, que costuma ir para a linha de fundo. Facilita, para ele, o fato de também atuar pela direita, apesar de já ter declarado que não vê diferença ou dificuldade em nenhuma das alas.
As estatísticas de ambos são semelhantes. Os dois têm nove participações diretas em gols, com sete gols para cada mais duas assistências. Wanderson, apesar de ter atuado em menos partidas, ficou em campo mais minutos. Por isso, sua média é inferior à do colega. Pedro Henrique precisa de 161 minutos para mudar o placar, Wanderson, 195 minutos.
Segundo o FootStats, eles têm números parecidos também no Brasileirão nos aspectos ofensivos. Pedro Henrique acertou 22 dribles, Wanderson, 20; PH tem 16 assistências para finalização, Wanderson, 17; Pedro Henrique acerta 17% dos cruzamentos, Wanderson, 20%. É defensivamente, porém, que reside a maior diferença.
A recomposição de Pedro Henrique é bastante superior. Ele tem 24 desarmes certos no Brasileirão, contra três de Wanderson. Por consequência, PH cometeu 33 faltas, Wanderson, 16.
Esses dados corroboram para a opção por Pedro Henrique, caso seja essa a escolha de Mano. Isso porque, no Couto Pereira, o Coritiba tem a sétima melhor campanha do Brasileirão. Diante de sua torcida, venceu 10 das 16 partidas e marcou 21 gols. A partida, no Paraná, é tratada como decisiva para sepultar, de uma vez por todas, o risco do rebaixamento. A imposição física do adversário certamente será levada em conta pelo treinador colorado na escalação da equipe.