O Inter enfrenta o Atlético-GO na noite desta segunda-feira (19), em Goiânia, no encerramento da 27ª rodada do Campeonato Brasileiro, com dois objetivos. O primeiro é retomar a vice-liderança perdida no final de semana. O segundo é reduzir a distância para o líder Palmeiras. Para alcançar as duas metas, o Colorado deverá mostrar a força do elenco comandado por Mano Menezes.
A reação do Inter no Brasileirão depois da inesperada eliminação na Copa Sul-Americana para o modesto Melgar veio com a consolidação de uma nova formação por parte de Mano Menezes. Três dias após a decepção diante dos peruanos, o treinador colorado teve sucesso com a mudança promovida na equipe com as entradas de Johnny e Mauricio nos lugares de Edenilson e Alan Patrick. Com maior energia proporcionada pela entrada dos dois jovens no meio-campo, o Colorado aplicou uma goleada de 3 a 0 sobre o Fluminense, que vinha de 13 jogos de invencibilidade.
A equipe foi mantida para o duelo seguinte contra o Avaí, em Santa Catarina, apenas com a troca no gol, com a entrada de Keiller pela suspensão de Daniel. O goleiro titular voltou, e Mano repetiu escalações na goleada de 4 a 0 sobre o Juventude, no Beira-Rio, e no 2 a 2 com o Corinthians, em Itaquera. Mas o empate conquistado na capital paulista veio no segundo tempo, quando Mano já havia mexido na equipe. Alan Patrick entrou no lugar de Carlos de Pena e foi o protagonista da reação gaúcha.
A suspensão do uruguaio abriu o caminho para Alan Patrick ser titular diante do Cuiabá, na última rodada, novamente com boa atuação, assim como Pedro Henrique, que entrou no intervalo e deu a assistência para o gol de Alemão.
A semana colorada depois do triunfo sobre o Cuiabá começou com debates na escalação por conta da fartura de opções para o treinador colorado. Antes apontado como fator de equilíbrio no meio-campo, Carlos de Pena passou a ter a titularidade discutida. Mesmo com a volta do uruguaio, havia dúvida sobre quem deveria sair entre Mauricio e Alan Patrick. Pedro Henrique e Wanderson juntos com uma formação com dois pontas também foi tema de debates na imprensa e entre torcedores.
Os dias foram passando e os problemas aparecendo. A confiança de que Wanderson se recuperaria de um desconforto sentido contra o Cuiabá foi dando lugar a incerteza sobre sua presença em Goiânia. Johnny foi convocado para defender a seleção dos Estados Unidos nos amistosos contra Japão e Arábia Saudita virando desfalque para as próximas duas rodadas do Brasileirão. No final de semana, houve a confirmação da ausência de Daniel por um trauma com um pequeno sangramento no olho, após uma bolada no rosto durante o treino da sexta-feira (16). Assim como Wanderson, o goleiro ficou fora da viagem para Goiânia.
No gol, Keiller entra naturalmente. Edenilson é o ficha 1 para substituir Johnny, enquanto Pedro Henrique é a alternativa para Wanderson. A entrada de Pedro Henrique deve mudar o desenho ofensivo do Inter já que Mano Menezes tem uma preferência de usá-lo pelo lado direito. Com isso, Edenilson ficará mais próximo de Gabriel na faixa central com Carlos de Pena sendo deslocado para o setor esquerdo, normalmente ocupado por Wanderson.
Na função de meia central é onde está a dúvida na escalação. Alan Patrick e Mauricio brigam pela vaga como homem mais próximo do centroavante Alemão.
Nova oportunidade para Edenilson
A ausência de Johnny pelas próximas duas rodadas abre o caminho para Edenilson tentar recuperar a condição de titular, perdida após ter sido apontado por parte da torcida como vilão na eliminação na Sul-Americana pelo pênalti perdido diante do Melgar. Quando fez a troca no setor, Mano Menezes ressaltou as diferenças do camisa 8 para o volante agora convocado para defender a seleção dos Estados Unidos na data Fifa.
— Johnny não é Edenilson, mas tem algumas coisas que o Edenilson não tem, que é essa força de retomada, pressão sobre o adversário. Edenilson é um jogador um pouco mais técnico, mais meia do que o Johnny. Já o Johnny é um pouco mais volante que o Edenilson — resumiu, após promover a mudança na titularidade na goleada sobre o Fluminense.
Os números dos dois jogadores no Brasileirão comprovam essa diferença apontada por Mano Menezes. Johnny leva vantagem sobre Edenilson nas estatísticas defensivas, como desarmes (média de 1.8 por jogo contra 1.3 do camisa 8) e nas interceptações (1,5 por partida contra 0,5).
Edenilson, porém, tem números melhores na parte ofensiva. Finaliza mais que Johnny (1,3 por jogo contra 1,2) e acerta mais passes (30,6 de média por partida contra 21,8). Os dados são do site Sofascore. Edenilson ainda tem cinco gols no Brasileirão contra três de Johnny. Uma assistência a mais que o garoto, três contra duas.
Mais que a diferença de características, Edenilson terá diante de Atlético-GO e do Bragantino, na próxima rodada, a oportunidade para tentar mostrar que ainda pode ser peça importante para o Inter na reta final do Brasileirão.
Comparação Johnny x Edenilson
Johnny
- Desarmes: 1,8 por jogo
- Interceptações: 1,5 por jogo
- Posse ganha no último terço do campo: 0,4 por jogo
- Finalizações: 1,2 por jogo
- Passes certos: por jogo: 21,8
- Passes no campo adversário: 13,1 por jogo
- 3 gols
- 2 assistências
Edenilson
- Desarmes 1,3 por jogo
- Interceptações 0,5 por jogo
- Posse ganha no último terço: 0,3 por jogo
- Finalizações: 1,3 por jogo
- Passes certos: 30,6 por jogo
- Passes no campo adversário: 20,3 por jogo
- 5 gols
- 3 assistências