Se o Campeonato Brasileiro fosse disputado apenas pelos times da ponta de cima, é possível que o Inter fosse o líder. O time de Mano Menezes tem o melhor índice de aproveitamento enfrentando os integrantes do G-7, superando inclusive o líder Palmeiras. Por outro lado, quando os jogos são contra os rebaixáveis, o desempenho cai bastante: a equipe não conseguiu somar nem metade dos pontos disputados. E agora vem aí uma sequência de encontros com moradores ou vizinhos do Z-4. Dos próximos cinco compromissos, quatro são contra adversários próximos à zona do desespero.
A começar por segunda-feira. A 23ª rodada do Brasileirão indica o Avaí como oponente colorado, em partida marcada para segunda-feira, 20h, na Ressacada. No primeiro turno, o time catarinense resistiu à pressão do Beira-Rio e segurou um 0 a 0 bastante lamentado por Mano Menezes, que havia estreado na competição no final de semana anterior com uma vitória contra o Fluminense e também tinha vencido pela Copa Sul-Americana. Era sua estreia diante da torcida, e mesmo tendo pressionado bastante, não conseguiu vencer a defesa. Agora, por mais que o cenário possa mudar por se tratar de um jogo fora de casa, um novo empate tampouco seria um bom resultado.
Depois do Avaí, o desafio é com o Juventude. O outro gaúcho na Série A conseguiu arrancar um empate no primeiro turno graças a um gol nos acréscimos do segundo tempo no Alfredo Jaconi. Tivesse esses quatro pontos que ficaram no caminho, o Inter seria vice-líder atualmente.
O Inter terá, ainda, Cuiabá e Atlético-GO nas próximas semanas. Os goianos estão no Z-4 atualmente, apesar de boas campanhas na Copa do Brasil e na Sul-Americana. O Cuiabá é o 16º, com a mesma pontuação do Avaí, o primeiro clube na zona de rebaixamento. Antes desses adversários, terá o Corinthians no caminho. O atual terceiro colocado tem ainda uma estatística favorável: nunca perdeu para os colorados em Itaquera.
Por isso tudo, a boa notícia para Mano Menezes é que terá tempo para treinar. A razão tem o lado ruim, de ter uma semana entre cada jogo por causa da queda na Sul-Americana, mas possibilita que o técnico faça ajustes e crie outros planos para a equipe. Na última entrevista, ele falou sobre a missão de manter contra os rivais de baixo o desempenho e o aproveitamento que tem diante dos ocupantes da parte alta da tabela. E respondeu:
— O que não pode confundir é comportamento forte com jogo de maior velocidade, de atacar espaço. Porque várias vezes já ouviram torcida gritar queremos raça porque o jogo está lento. Nunca faltou vontade para a equipe. O que tem faltando é outra coisa, que ainda temos de construir. Temos uma semana para trabalhar pelo fato de não estarmos mais na Sul-Americana, vamos poder trabalhar novas jogadas, posturas quando o adversário estiver com as linhas mais baixas. Tem que fazer isso sem dar contra-ataque, sem perder a bola.
Mano terá mais quatro treinos até o jogo com o Avaí. Entre as decisões que terá de tomar estão uma eventual escolha entre Alan Patrick e Mauricio, bem como a opção de recolocar em campo, ou não, Edenilson.
A história mostra: é preciso equilíbrio no aproveitamento contra todos os adversários para buscar algo maior no Brasileirão. Contra a parte de cima, o trabalho tem sido feito. Resta, agora, repetir contra quem não está bem.
Próximos jogos do Inter
- 22/8 — Avaí (fora)
- 29/8 — Juventude (casa)
- 4/9 — Corinthians (fora)
- 12/9 — Cuiabá (casa)
- 19/9 — Atlético-GO (fora)
Aproveitamento do Inter
- contra os 7 primeiros: 58,3%
- contra os 6 últimos: 47,6%
Aproveitamento do Palmeiras
- contra os 7 primeiros: 57,1%
- contra os 6 últimos: 77,7%