Mano Menezes perdeu sua principal fonte de velocidade e dribles para enfrentar o Santos, às 21h30min desta quarta-feira (8). Wanderson recebeu terceiro cartão amarelo diante do Bragantino e precisará cumprir suspensão automática. Três nomes aparecem como possíveis substitutos, mas nenhum deles tem as características do jogador que veio do futebol russo, o que exigirá adaptação da equipe.
Primeiro, é preciso explicar algumas funções de Wanderson. Ponta por vocação, ele parte do lado esquerdo do campo. Com a bola, tem liberdade para ousar, buscar dribles e forçar jogadas. Sem a posse, é responsável por formar a segunda barreira de marcação, posicionado exatamente à frente do lateral-direito.
O time se defende com os quatro zagueiros e, à frente deles, outra linha: ponta esquerda, meia, meia, ponta direita. Na última, ficam o meia ofensivo e o centroavante. Wanderson é o ponta esquerda. Contra o Atlético-GO, há 10 dias, Mano até tentou soltá-lo um pouco mais, deixando-o ao lado do centroavante. Mas isso também não funcionou.
— É essa necessidade de marcação, de fazer o vai e vem, de acompanhar lateral e ocupar um trecho maior do campo que joga contra Taison nessa escolha. O próprio treinador já falou isso em entrevista, comentando da alta exigência física para um profissional de 34 anos, que não atua mais por ali e agora ainda voltando de lesão — recordou Fernando Becker, jornalista do Grupo RBS, licença C no curso de técnico da CBF e pós-graduado em futebol pela Universidade de Viçosa-MG, centro de referência internacional em estudos do esporte.
A outra alternativa para mexer o mínimo possível seria devolver De Pena à função de extrema. O uruguaio jogava neste setor no Dínamo de Kiev, antes de se transferir para o Inter, e até foi por essa posição que acabou procurado pelo ex-técnico Cacique Medina. Mano Menezes o colocou em uma posição mais centralizada, aproveitando sua qualidade de passe e sua visão de jogo.
— Comecei jogando centralizado quando adolescente, até mudar para extrema nas últimas temporadas da base. Fui ponta no Nacional-URU, na Inglaterra, na Espanha e na Ucrânia. Mas minha posição natural é a que Mano me colocou, por dentro. O importante, na verdade, é dar ao treinador mais de uma opção para poder jogar. Ele sabe que pode contar comigo e podemos trocar inclusive dentro da mesma partida — disse De Pena.
A opção pelo uruguaio, por mais natural que seja, tira parte da velocidade. De Pena é mais cerebral e menos físico do que Wanderson. Isso leva a uma terceira opção: Alemão. O ex-jogador do Novo Hamburgo fez a maior parte de sua carreira, aliás, pelo lado, antes de virar centroavante. Com ele, Mano pode tanto apenas escalá-lo por ali quanto inverter, devolver David para o lado do campo, lugar onde ocupou no Cruzeiro e algumas vezes também no Fortaleza, e centralizar Alemão.
E ainda há Pedro Henrique, ainda que mais remota. O jogador está de volta após cumprir suspensão e melhorou sua condição física. Originalmente, é um atleta de lado de campo. Porém, ainda não foi titular desde sua chegada ao Inter.
Um treino na manhã desta terça-feira (7) definirá a equipe. A atividade será fechada à imprensa.
Opções de Mano
Taison
- Jogos: 16
- Minutos: 1.072
- Gols: 3
- Assistências: 3
Alemão
- Jogos: 13
- Minutos: 445 minutos
- Gols: 3
- Assistências 0
De Pena
- Jogos: 15
- Minutos: 1.072
- Gols: 2
- Assistências: 3