A primeira derrota de Mano Menezes no comando do Inter teve de tudo. A começar que ficou com um jogador a mais desde o início da partida, quando o Botafogo teve um atleta expulso e pênalti contra. A equipe colorada chegou a abrir 2 a 0. E os visitantes, com 10 em campo, viraram, ganharam por 3 a 2, em um confronto marcado por confusões de arbitragem, reviravoltas e até briga entre os atletas.
O Colorado deixou o G-4 do Brasileirão em razão das vitórias de Athletico-PR e Atlético-MG e pode acabar a 13ª rodada em sexto lugar se o São Paulo ganhar do Palmeiras nesta segunda-feira (20).
Mano fez um resumo do que ocorreu no Beira-Rio:
— Foi uma noite que iniciou bem, com 2 a 0 a favor e um homem a mais. As coisas se encaminhavam a ser boas, mas a confusão nos tirou do jogo. Mesmo sofrendo um gol acidental, o do 2 a 1, controlávamos bem as ações. Nosso pecado foi não aproveitar o volume e a superioridade para matar o jogo. A partida foi ficando nervosa. Perdemos Wanderson por um desconforto que não quisemos agravar. No intervalo, Alan Patrick relatou uma condição parecida. E não voltamos tão bem com aquilo queríamos, ser mais incisivos, ter mais presença de área. Coloquei David e Alemão mais juntos para ter isso, mas não conseguimos.
Savio Pereira Sampaio foi protagonista. Ele e seus companheiros de apito somaram três gols anulados (dois do Inter, um por impedimento, outro por toque de mão; um do Botafogo, também por impedimento), duas idas ao monitor para checar lances, duas expulsões de atletas e mais uma do técnico Luis Castro. E tudo isso ainda culminou com uma briga generalizada dos atletas ao final da partida.
— O jogo sempre esteve muito polêmico, conturbado. E quando os dois lados saem insatisfeitos, talvez se tenha razão. Porque não é só choro de perdedor, já que o vencedor também vai reclamar. Revi nosso gol (o anulado de Mercado) e não achei o impedimento. É muito frustrante comemorar um gol desses, naquela situação e depois ver tudo anulado. Mas faz parte, o protocolo é esse.
A respeito da briga, declarou:
— O jogo começou confuso e terminou confuso. Isso não deve acontecer, não pode acontecer. Algumas vezes circunstâncias de dentro do campo podem acabar assim, que não vemos do lado de fora. Mas não pode acontecer. Devemos aceitar a derrota e trabalhar para que isso não ocorra.
Para o técnico, porém, não foi apenas o aspecto emocional que definiu o jogo. O Inter, em sua visão, falhou em aumentar a vantagem quando tinha superioridade. Mas minimizou a relevância do resultado para a sequência do ano:
— Esses dias o Manchester City, o maior time do mundo, com os melhores jogadores do mundo, com o melhor técnico do mundo, perdeu um jogo em três minutos. E Guardiola, quando foi perguntado sobre o aspecto psicológico, respondeu: "Não deu nem tempo". Futebol é assim. Nós também já ganhamos partidas em que talvez o adversário não merecesse perder.
O treinador pediu que a torcida tenha paciência com os atletas (Taison e Daniel foram vaiados) e que apoie a equipe mesmo nos momentos de dificuldade:
— Peço ao torcedor do Inter que seja justo, coerente. Sei que as derrotas são duras sempre, ainda mais quando existe a expectativa de construir vitórias. Não podemos ser nós mesmos os adversários. Já temos 19 adversários, vamos deixar que eles sejam.
Negociação por Bruno Méndez
O presidente do Inter, Alessandro Barcellos, também criticou a arbitragem e lamentou o resultado. Mas foi outro assunto que mais chamou a atenção. O zagueiro Bruno Méndez não será mais jogador do Inter, após o encerramento das conversas com o Corinthians.
— Bruno, contra a vontade dele e contra a nossa, não permanecerá. O Inter fez o esforço máximo de suas condições financeiras, e essa negociação não avançou — disse Barcellos.
A equipe se reapresenta na terça-feira (21) e na sexta (24) enfrenta o Coritiba, em partida que abre a 14ª rodada do Brasileirão. O jogo será antecipado porque na terça da semana seguinte a equipe começa a disputa da Sul-Americana contra o Colo-Colo, fora de casa.