Técnico do Inter, Mano Menezes é convidado especial do Sala de Redação, da Rádio Gaúcha, na tarde desta terça-feira (10). Em sua primeira manifestação no programa, o treinador comentou os empates nos últimos três jogos e ressaltou que o Colorado ainda está com o time em fase de construção.
Sobre os últimos jogos, Mano avaliou que em Caxias o empate foi justo e afirmou que o Inter merecia ter vencido Avaí e Guaireña.
— O empate em Caxias foi justo porque o Juventude jogou tanto quanto o Inter embora não fosse para empatar naquela hora do jogo. Não interessa se vai ser justo ou não, naquela hora você não pode leva o gol. Contra o Avaí foi injusto porque merecemos vencer. Se olharmos para a tabela, esse é o resultado que está errado, deixar escapar dois pontos em casa com o Avaí — comentou, e acrescentou:
— No Paraguai, deveríamos ter vencido pelo volume que tivemos. É sinal de que estão faltando coisas importantes. Esse é o desafio. Temos jogadores ainda em formação, principalmente na parte da frente, e não temos uma maneira de jogar. A equipe está em construção — admitiu.
Depois de fazer cinco jogos com curtos períodos e fazer mudanças táticas no decorrer de quase todos eles, Mano Menezes terá pela primeira vez uma semana livre para preparar a equipe. Isso, porém, não significa que o treinador irá definir apenas uma forma de jogar. Ele deixou aberta as variações de sistemas táticos, mas ressaltou a importância de ter bem definida a função que cada jogador irá fazer. O treinador evitou apontar quais são os atletas que têm titularidade garantida no time.
— O Inter tem alguns jogadores que estão se repetindo na formação. Quando são repetidos, passam a ser mais titulares, mas o que eu quero mesmo é definir uma ideia para que todos que entrarem na equipe saibam como se comportar em cada função. Mais importante do que sistema são as funções. Quando as funções estão claras, cada jogador sabe o que fazer — declarou.
Outros pontos da entrevista
Como usar Edenilson
Edenilson sempre jogou no mesmo lugar quando foi bem. Já tive vários jogadores como ele e eles precisam de equilíbrio no meio-campo para render. Já tive Paulinho, Elias... Eles precisam de estabilidade do outro médio, quase que precisam de uma terceira perna no meio para equilibrar. Quando o Edenilson subir, você precisa de outro. Em alguns momentos, vai ir e vamos perder a bola. É bonito aparecer lá, mas tem a perda da bola, os adversários estudam a gente. O Juventude colocou o Chico (Kim) na extrema para entrar nas costas do Edenilson quando ele subisse. É assim que se estuda e se trabalha.
Rótulo de defensivo
Simplificação sempre é injusta. Meu último trabalho com sucesso foi o do Cruzeiro. Fui bicampeão da Copa do Brasil com sete jogadores acima de 32 anos no time, o que te leva a jogar de uma maneira. Se você não tiver a estratégia de preservá-los, vai pagar um preço grande nos últimos 20 minutos. Mas eu sempre gostei de jogar, por exemplo, com um jogador como o De Pena na função de médio. Usei o Ariel Cabral no Cruzeiro como volante, por exemplo. Quando botei o Elias de volante também ele não era da função. Sempre procurei ter um meio-campo que jogue.
Quem vai ser o centroavante
O David vinha sendo utilizado como atacante pelo Medina. Ele já não é mais um jogador de beirada. Ele teve uma lesão no Cruzeiro, o que mudou a característica. Ele passou a jogar como segundo atacante no Fortaleza com o Rogério (Ceni). Temos um mais centroavante, o Wesley, e o Cadorini, que está no grupo. Esses são os dois com características de número 9. O Alemão não é era um 9, e é um jogador em formação para o nível que temos agora. O Alemão, sem menosprezar ninguém, estava no Novo Hamburgo, no sub-23 do Avaí, então é preciso trabalhar algumas coisas. Contra o Juventude quis resolver algumas situações sozinho, algo que faz parte. São jogadores de característica diferente. Usei David e Wanderson por dentro no segundo tempo contra o Juventude.