A partida diante do Juventude marcará o retorno de Alan Patrick ao Inter. O novo camisa 10 será novamente relacionado para uma partida pelo clube após 2.730 dias desde aquele 16 de novembro de 2014, uma vitória colorada por 1 a 0 sobre o Goiás, no Beira-Rio, que ficou marcada pelo gol de bicicleta do zagueiro Paulão.
A curiosidade é que Alan Patrick, naquela tarde, atuou apenas 18 minutos. Ele sentiu uma lesão muscular, deixou o campo e não retornou mais. Desde então, passou por Palmeiras, Flamengo, fixou-se no Shakhtar Donetsk-UCR, de onde saiu em razão da guerra na Ucrânia. No Leste Europeu, consolidou-se como peça chave da equipe. Em cinco temporadas e meia, participou de nove títulos, sendo quatro campeonatos nacionais, três taças e duas Supercopas do país. Fez 170 jogos, marcou 24 gols e deu 32 assistências.
Ampliou, fora do Brasil, a boa impressão deixada na equipe de Abel Braga em 2014. Ele era uma peça importante de um meio-campo que contava com Willians, Aránguiz, Alex e D'Alessandro. Dono de bons passes e chutes de fora da área, deixou o Inter com cinco gols e seis assistências nos 52 jogos que disputou.
Na Ucrânia, fez a maior parte das partidas como um meia esquerda em um sistema 4-1-4-1. Por vezes, foi visto até de segundo volante no 4-2-3-1. Na comparação com oito anos atrás, trata-se de uma função mais recuada. Com a experiência, veio também uma maior visão de jogo, mais equilíbrio e conhecimento para ocupação de espaço. Seu entendimento de campo foi tamanho que, em outubro de 2021, recebeu um elogio rasgado do técnico romeno Mircea Lucescu, então no rival Dinamo de Kiev, após um clássico com o Shakhtar:
— Alan Patrick merece ser convocado para a Seleção, assim como já aconteceu com outros brasileiros do Shakhtar. Estou falando isso não como técnico do Dínamo, mas como uma pessoa que ama e conhece o futebol.
O problema é que pouco jogou depois desta partida. Sua última partida foi em 7 de novembro. Desde então, teve uma lesão, passou por recuperação, recondicionamento físico e teve de aguardar condições legais para poder estrear. Por isso, não será titular em Caxias do Sul. Mano Menezes, porém, afirmou que a experiência do meia de 30 anos ajudará a determinar o tempo que poderá jogar no Alfredo Jaconi:
— Vai demorar um pouco para adquirir o ritmo, mas aí entra experiência, conhecimento da função. Vai atalhar alguns pedacinhos para que o tenhamos no domingo em Caxias. O tempo que vamos utilizá-lo vai depender das circunstâncias.
O próprio jogador mostrou ansiedade para voltar a atuar. Na apresentação, falou sobre seu posicionamento e o peso de jogar com a camisa 10, herdada de D'Alessandro:
— Essa camisa tem uma história muito linda, vestida por um ídolo, que admiro e tive o prazer de jogar junto. Para mim, é uma honra herdar (o número 10). Dentro das minhas características, vou procurar apresentar o meu futebol e fazer o Inter vencer e chegar às conquistas. Estou muito motivado para isso. Sou um Alan Patrick diferente, mais experiente, porém, carrego na memória a lembrança de ter sido feliz aqui e ter sido campeão.
Para contratar o jogador, o Inter pagou 2 milhões de euros e retirou uma pendência pela compra de Vinicius Tobias, por 1,6 milhão de euros. A operação, na conversão ao real, totalizou R$ 18 milhões. Seu vínculo vai até a metade de 2025. Dependendo do número de partidas, será estendido até o final de 2026.