Se a partida contra o Independiente Medellín era vital para a sobrevivência do Inter na Copa Sul-Americana, o confronto desta noite, diante do Guaireña, pode encaminhar a classificação. Uma vitória no Defensores del Chaco, em Assunção, a partir das 19h15min, deixa o time de Mano Menezes em excelente condição para avançar ao mata-mata. Para isso, porém, há uma série de lições da partida diante do Avaí que precisam ser entendidas.
Antes de explicá-las, porém, é preciso contextualizar. O resultado paralelo ajudou. Na terça, o 9 de Octubre venceu o Independiente Medellín e embolou o Grupo E. Agora, o Guaireña está na liderança com os mesmos cinco pontos do Inter (os paraguaios estão na frente pelo número de gols feitos), enquanto 9 de Octubre e Independiente têm quatro (ambos com um jogo a mais). Se ganhar, o Inter terá três pontos a mais do que o segundo colocado e duas partidas em casa por fazer. Os paraguaios viajarão nos dois jogos finais. Os outros dois terão um compromisso em casa e outro fora. Esse cenário permite que o empate não seja desprezível.
O fato de que para o Guaireña a vitória é mais importante do que para o Inter pode ajudar o time de Mano Menezes. Mesmo sabendo que os paraguaios não vão para o ataque desenfreadamente, o fato de precisarem dos três pontos certamente permitirá espaços para contra-atacar. Mas não muito. Quem faz o alerta sobre a tendência de os paraguaios manterem uma postura mais defensiva foi Renê, lateral-esquerdo do Inter:
— Vimos vídeos e estudamos o time, não só contra nós, mas contra outros adversários. O estilo deles têm sido mais ou menos esse, e chegaram à liderança do grupo assim. No Beira-Rio, conseguiram um bom resultado e se defenderam bem. Prevemos um jogo duro, no qual eles vão se defender e sair no contra-ataque. Mano preparou a estratégia para voltarmos ao Brasil na liderança.
O Inter encontrou dificuldade recentemente para furar retranca. Diante do Avaí, que entrou de forma mais defensiva, o time até criou, mas esbarrou ora na falta de ideias, ora na imprecisão das conclusões.
— Temos de ter mais tranquilidade no último terço do campo. Às vezes, acontece de chegar na frente do goleiro e ficar com ansiedade na hora de fazer um gol. Foi (contra o Avaí) um jogo à parte. Tem noite que são difíceis, e esperamos que amanhã seja diferente — completou o lateral.
Mano adiantou, na última entrevista, algumas soluções para conseguir vencer mesmo quando houver poucos espaços. Ele disse, porém, que só terá tempo para trabalhar na próxima semana, quando não está previsto jogo. Nesses dias, usou os poucos momentos para treinar o ataque.
— Quando puder treinar mesmo, faremos trabalhos para organizar as jogadas, que exigem movimentação coordenada, fina. Precisaremos repetir as atividades primeiro para ajustar posicionamento, ter a bola em condição boa para atacantes e meias, e eles também adquirirem confiança pessoal para fazer o que o talento permite. Tenho é de dar o caminho, organizar as movimentações.
O treinador terá uma dificuldade a mais nesse sentido. Taison, uma de suas peças diferenciadas, não foi ao Paraguai em razão de problemas musculares. Pedro Henrique (bem como Alan Patrick), não está inscrito nesta primeira fase da Sul-Americana. Sem eles, a tendência é de que Rodrigo Dourado entre no meio-campo, dando uma característica mais física ao setor. Ao mesmo tempo em que perderá criatividade, ganhará em combatividade. Porque, se não for possível vencer, o empate ajudará na busca pela vaga.