Depois de superar Fluminense dentro do Maracanã em sua estreia, Mano Menezes analisou a necessidade de mudanças táticas no Inter além das trocas de nomes impostas por questões físicas para enfrentar o Independiente Medellín pela Copa Sul-Americana.
A preocupação com os cruzamentos dos colombianos levou o treinador a mexer no posicionamento da defesa e também no meio-campo colorado no triunfo de 1 a 0 conquistado com o gol de Alemão, na noite desta terça-feira (26), na Colômbia.
A característica do Independiente Medellín que preocupou Mano foi a dos cruzamentos. O clube é o que mais cruza bolas para a área no Campeonato Colombiano.
Esse fator contribuiu para a escalação do volante Rodrigo Dourado, de 1m86cm, para auxiliar a defesa na jogada aérea. Outro ponto foi um ajuste nos laterais.
Bustos e Renê foram orientados a guardar mais posição para que os zagueiros Vitão e Bruno Méndez não precisassem deixar o miolo da zaga para fazer coberturas. Essas medidas foram explicadas por Mano após a partida disputada em Pereira, cidade a 263 km de Medellín.
— Entendimento foi de que o jogo daqui seria disputado em circunstâncias diferentes da partida anterior. Era outra característica, mais físico, mais disputado pelo alto. Estudamos o adversário, que é o clube que mais cruza na área na liga colombiana. Tínhamos preocupação grande de que eles (zagueiros) permanecessem na área. Se uma equipe cruza tantas bolas e você esvazia a área tirando os zagueiros para fazer coberturas, fatalmente vai tomar gol de cabeça. Isso teve a ver com o posicionamento dos laterais, que se seguraram mais e não abriram a linha de quatro, o que permitiu aos zagueiros jogarem mais posicionados — detalhou Mano Menezes.
Diante do Inter, o Independiente Medellín até abusou mais dos cruzamentos que sua média no Campeonato Colombiano, de 16,6 por jogo, de acordo com dados do site Sofascore. Ao todo foram 28 bolas lançadas para a área do Inter, mas de baixo aproveitamento — apenas 21% encontrou algum jogador colombiano, inferior aos 27,6% de média no torneio nacional. Antes do jogo desta terça, o Independiente tinha um percentual ainda mais alto de acertos em seus cruzamentos na Sul-Americana, de 29,8.
Principal arma dessas bolas, o centroavante Luciano Pons conseguiu finalizar apenas duas vezes contra o gol de Daniel na ao longo dos 90 minutos. Pons é no Colombiano o segundo jogador que mais finalizou a gol, com média de 3,3 por partida — atrás apenas de Miguel Borja, do Junior Barranquilla, com 3.9.
Na Colômbia, Mano completou o segundo jogo como técnico do Inter sem ter ainda sofrido nenhum gol usando duas duplas de zaga diferentes. Rodrigo Moledo e Gabriel Mercado jogaram contra o Fluminense e Vitão e Bruno Méndez iniciaram diante do Independiente Medellín — Mercado apenas na reta final no lugar de Vitão.
Moledo tem retorno certo para o confronto com o Avaí no domingo. Vitão e Mercado devem brigar pela outra vaga já que Méndez tem utilização no Brasileirão dosada por um acordo do Inter com o Corinthians para que ele não complete sete jogos na competição nacional.
O uruguaio tem contrato de empréstimo com o Colorado até 30 de junho e voltará ao Timão caso os gaúchos não exerçam opção de compra fixada no contrato em US$ 6 milhões (R$ 29,4 milhões).