De criticado, vaiado e hostilizado, Moisés, quem diria, é uma baixa bastante sentida no Inter. O lateral-esquerdo rompeu o ligamento colateral lateral do joelho direito no Gre-Nal passado e ficará de fora do resto do Gauchão, possivelmente das primeiras rodadas do Brasileirão. E foi justamente seus empenho e desempenho no último clássico que fazem colorados lamentar sua ausência. Especialmente porque Paulo Victor ainda não demonstrou a mesma confiança do titular, apesar de tudo.
Antes de tudo, é preciso esclarecer: PV saiu de campo no sábado, no Estrela D'Alva, com muitas dores nas pernas. Mas tudo não passou de um susto. Foi apenas cansaço muscular, normal de quem ainda busca ritmo de jogo. Ele se reapresentou e já treinou normalmente na segunda-feira (14). Está em plenas condições de atuar no clássico. Só não será escalado se Medina assim optar.
O que não é a tendência. Paulo Victor é o reserva imediato da lateral esquerda. E já esteve em campo em partidas grandes. Foi titular na goleada histórica em cima do Flamengo por 4 a 0 no Maracanã, no ano passado. Também atuou por 25 minutos no Gre-Nal da Arena do Brasileirão 2021, quando Moisés saiu machucado. No total, esteve em campo em 26 partidas pelo Inter e deu duas assistências. Ainda está em busca de seu primeiro gol. A única vez que colocou a bola na rede foi contra sua própria meta, no confronto com o Juventude no segundo turno.
— PV tem ótima personalidade, é brincalhão, extrovertido, não abaixa a cabeça nos piores momentos. É um lateral muito ofensivo, ataca a profundidade, dá amplitude. Chegou a ser ponta esquerda comigo. Conversamos no Nova Iguaçu sobre as questões defensivas que ele precisa melhorar. É jovem, tem tudo para crescer. E contra o Flamengo foi bem defensivamente — recorda o técnico Sergio Anglada, que trabalhou com o lateral no Nova Iguaçu.
A definição do treinador é um resumo do que muda no Inter quando joga Moisés ou quando o escolhido é Paulo Victor. Moisés é mais forte na marcação, cascudo e, nos últimos dois clássicos, cresceu na hora do aperto. Tem problemas na definição das jogadas. PV chegou a ser ponta, o que significa uma maior aptidão ofensiva, mas com dificuldades na contenção.
— Paulo Victor está crescendo com o dia a dia. Não foi o melhor jogo de alguns dos nossos jogadores. Mas durante a semana tentaremos algo mais sólido, vamos ajustar — disse o técnico Alexander Medina.
O Cacique trabalhará, ao longo da semana, mecânicas da equipe para compensar as carências defensivas. A tendência é por ajustes no posicionamento dos extremas, possivelmente Mauricio e Taison, além de Edenilson, que se somará a Gabriel e Liziero na contenção. Improvisação na lateral está descartada.