Depois de vencer o Caxias com gol de Mauricio, o Inter recebe o Brasil-Pel nesta noite, a partir das 21h30min, no primeiro de uma série de quatro jogos seguidos em Porto Alegre pelo Gauchão. Na próxima segunda-feira, o Colorado encara o São José, no Passo D'Areia, antes de voltar ao Beira-Rio para o Gre-Nal do dia 26 e o confronto com o Aimoré, em 6 de março.
De Caxias do Sul, Alexander Medina traz a avaliação de dois tempos distintos no Centenário. No primeiro, o Inter teve dificuldades e mal chegou ao gol caxiense. A segunda etapa, porém, foi de pressão colorada até os 41 minutos, quando balançou as redes e confirmou os três pontos. Ao final da partida, o técnico uruguaio apontou a atuação após o intervalo como exemplo do que deseja para os próximos jogos.
— O segundo tempo foi conforme o que pensamos, a característica que gostamos. Foi uma equipe totalmente protagonista, com mais disposição, velocidade do passe, melhor posicionamento. Isso foi produto da troca de alguns jogadores, o ingresso de Mauricio e mudanças que dispusemos em campo — avaliou.
O que gerou discussão desde então foi o fato de que Mauricio entrou no lugar de ninguém menos do que Edenilson. Principal jogador do Inter em 2021 e de contrato renovado após forte interesse do Atlético-MG na virada do ano, o camisa 8 tem até mesmo sua titularidade questionada entre alguns colorados. E não apenas pelo que se viu no sábado: ele vem deixando a desejar desde o início do Gauchão, atuando em diferentes funções.
Edenilson foi volante nos primeiros jogos, vitórias sobre Juventude e União-FW, e depois atuou na linha de três meias, tanto pela faixa central quanto pelo lado direito, contra Ypiranga, Novo Hamburgo e Caxias. O mau momento é comprovado nos números: ainda não fez gol nem deu assistência nesta temporada — e desperdiçou um pênalti na derrota para o Ypiranga quando o placar ainda estava em 0 a 0.
Volante em diferentes posições nos seus tempos de jogador, com passagens pelo Inter no final dos anos 1990 e início dos 2000, Claiton vê a dificuldade de Edenilson como algo normal, de começo de temporada. Mas ressalta: na sua opinião, o camisa 8 deve ser fixado como volante, em parceria com Gabriel, que fez sua estreia entrando no segundo tempo contra o Caxias.
— Ele tem jogado em muitas posições, e o Medina terá de definir isso. Edenilson tem tido dificuldade para jogar na sua posição, que é segundo volante, o que é normal porque atuou aberto quase todo o ano passado. Medina tem escaldo ele adiantado por preocupação defensiva. O Inter não tem volantes marcadores. O Dourado é um primeiro volante, mas não é o de volante de marcação, não é o cara ágil, que rouba a bola. O primeiro volante hoje precisa ser mais ágil. O Gabriel é móvel e vai ajudar o Edenilson — observa.
Mudanças
Comentarista do SporTV, Carlos Eduardo Lino destaca o ganho em energia que o Inter teve com a entrada de Mauricio contra o Caxias. Na sua avaliação, Edenilson ainda precisa se adaptar às constantes mudanças de posicionamento que Medina faz no setor ofensivo.
— A ideia não está em torno do Edenilson. A gente olha muito porque ele é o jogador de referência, de Seleção, mas o Medina muda todos. Ele muda, Taison muda, o Mauricio muda. Mauricio iniciou pela direita e fez o gol pela esquerda. Todos se movimentam muito. A ideia do Medina é que eles se mexam muito e criem espaço. O futebol brasileiro trabalha muito com encaixe de marcações e perseguição. Isso pressupõe que o marcador vai perseguir o adversário. Diante disso, o treinador inteligente movimenta jogadores para arrastar o marcador gerando espaço para outros. A ideia de movimentação é boa e necessita adaptação, do Edenilson e de todos. O Medina tem boas ideias, mas precisa de tempo para os jogadores assimilarem — diz Lino, que comentou a vitória do Inter para o Premiere.
Se Edenilson ainda não rendeu o esperado, Mauricio tem sido um dos destaques do Inter neste começo da temporada. O garoto de 20 anos, que foi titular em apenas dois dos seis jogos do Gauchão, anotou dois gols e é o artilheiro colorado na temporada.
— Não quero o Edenilson na reserva, mas não posso esconder o fato de que o time melhorou sem ele no sábado. Eu me sinto muito tranquilo para falar isso porque já fiz dezenas de colunas elogiando ele. Primeiramente, acho que o Medina deve encontrar uma composição de time que fizesse o Edenilson reencontrar seu futebol sem o Mauricio ir para o banco, pois a melhora do time com o Mauricio se refletiu em outros jogadores — explica Lelê Bortholacci, comunicador da RBS e torcedor colorado.
Assim irá o Inter para enfrentar o Brasil: na expectativa de que Edenilson engrene e com a esperança de que o time de Medina reproduza, ao longo de 90 minutos, o desempenho dos 45 finais de Caxias do Sul.