O Inter conheceu sua primeira derrota no Gauchão 2022 — e na Era Alexander Medina — no sábado (5), em Erechim, quando sofreu 3 a 1 do Ypiranga, no Estádio Colosso da Lagoa. Especialmente no segundo tempo, quando abriu os olhos e já havia sofrido dois gols, o Colorado teve uma atuação abaixo do esperado e evidenciou algumas carências do grupo, pontuadas desde o ano passado.
Medina deixou claro que os primeiros jogos do Estadual servirão para experiências na equipe titular, principalmente em relação aos mais recentes reforços, e mandou a campo um time diferente, contando com Liziero como segundo volante, Edenilson de meia-armador, Caio Vidal na ponta e David como centroavante. A maior parte das escolhas não deu certo, e o próprio uruguaio decretou: "Faltou futebol".
Na defesa, o time do Inter foi frágil na saída de bola e permitiu ao Ypiranga explorar seu lado direito, às costas de Heitor. Foi neste setor que surgiram os dois primeiros gols dos donos da casa. No último, Erick concluiu um cruzamento de Falcão, que interceptara o zagueiro Víctor Cuesta. Além dos três gols, o time de Erechim encontrou espaço para criar outras oportunidades, porém parou no goleiro Daniel.
— O sistema defensivo é um todo. Há vários aspectos que envolvem os zagueiros e todo o sistema que temos de ajustar. Houve alguns desacertos e, por isso, o Ypiranga fez três gols. Vou tratar de ver os nomes que poderão render para equipe. Estamos na busca com o que temos no plantel e com jogadores que podem chegar. Vamos tratar de fortalecer, pois equipe tem de estar mais harmônica — afirmou Medina.
Esta harmonia também não foi encontrada do meio para frente. Sem contar com Taison, com um desconforto muscular, a escolha da comissão técnica do Inter foi por escalar Edenilson como meia-armador. Por consequência, a vaga aberta de segundo volante foi ocupada por Liziero, que teve sua segunda oportunidade como titular. Desta vez, no entanto, acompanhado de um jogador com maior capacidade de combate: Rodrigo Dourado. Coube a Liziero se aproximar dos zagueiros para a saída de bola e distribuí-la para os homens de ataque. Entretanto, não houve eficiência.
Por outro lado, Edenilson teve um bom desempenho atuando como um camisa 10, mostrando cada vez mais a sua versatilidade. Logo aos 50 segundos, por exemplo, pisou na área para concluir um cruzamento de Moisés. Ainda no primeiro tempo, distribuiu o jogo e achou Boschilia dentro da área, mas o canhoto mandou na trave. Destaque negativo para o pênalti perdido, algo raro de acontecer. O controle do meio-campo aumentou a partir da entrada de D'Alessandro, quando já estava 3 a 1. Não o suficiente para buscar o empate.
A escolha por David para atuar isolado no ataque também se mostrou ineficiente. No Fortaleza, embora atuasse centralizado, ele sempre contou com a companhia de Robson ou Wellington Paulista no 3-5-2 de Juan Vojvoda.
— Nós temos de colocar os jogadores em campo para ver como eles se comportam. Cada um tem a sua história dentro do clube, e temos de transmitir uma energia diferente. Sei que o clube necessita de títulos. Vamos evoluir de forma individual e coletiva e ver quem estará apto para suportar a pressão. Depois que tirarmos conclusões, vamos buscar outras alternativas. No momento, confio nos jogadores. É muito pouco tempo de trabalho par encontrarmos nossa melhor versão — acrescentou Cacique.
Sem terra arrasada
Ciente de que o time não teve uma boa atuação, o vice de futebol Emilio Papaleo optou por defender sua convicção no trabalho de Alexander Medina, citando as dificuldades enfrentadas por jogar longe do Beira-Rio.
— Não tivemos uma jornada boa, e o resultado não nos agradou. Mas vamos reafirmar a nossa confiança na comissão técnica. É início de campeonato, e essas derrotas não são nada extraordinárias. Foi-se a época em que a dupla Gre-Nal empilhava gols jogando no Interior. Hoje, os times fazem Copa do Mundo contra nós — disse Papaleo.
O Inter volta a atuar na próxima quarta-feira, às 21h30min, diante do Novo Hamburgo, no Estádio Beira-Rio. No confronto válido pela quinta rodada do Gauchão, o Colorado deve entrar com força máxima.