Fabiana Simões, baiana de Salvador, 32 anos, atacante do Inter, foi campeã no futebol da China, Rússia, jogou no Barcelona, venceu Brasileirão e Libertadores com o Corinthians, Copa América e Panamericano com a Seleção, antes de chegar ao Colorado e conquistar dois Gauchões. Caso o tri venha no próximo domingo (5), mais uma vez em cima do Grêmio, a camisa 7 confirmará ainda mais o lugar das Gurias Coloradas na prateleira de melhores momentos de sua carreira.
— Nunca imaginei isso de virar uma ídola de um time, e é algo muito importante no futebol feminino. É algo que a gente não vê tanto, porque é difícil. Dou graças a Deus pela escolha que fiz, de vir para o Inter em 2019. Sou muito feliz com o clube e com a torcida. Tenho uma paixão muito grande por jogar e conquistar títulos aqui — comenta Fabi, em entrevista à GZH.
Fabi é a maior artilheira em Gre-Nais desde a retomada dos projetos femininos em cada clube, em 2017. Há três temporadas, o Inter não perde um clássico com a atacante em campo. Como se não fosse óbvio, a baiana reforça que gosta deste tipo de jogo decisivo temperado com rivalidade.
— É neste tipo de partida que cresço, me transformo mesmo — afirma a atacante, elogiando o comprometimento do elenco em clássicos:
— Trabalhamos o ano inteiro para esses momentos, não ganhamos eles só durante o jogo. Eu digo sempre que se cada uma de nós dermos 120%, isso vai se sobressair. Se meio time estiver no melhor dia da vida, não vão ter como ganhar de nós nunca — destaca a artilheira.
Liderança nítida
A liderança assumida no plantel é exercida ao lado de Bruna Benites com os ensinamentos que a atacante aprendeu ao longo da carreira com a própria Fabi do passado e com outras mestras. Formiga, que se aposentou ao final de novembro, é uma referência para a ex-companheira de Seleção, que duvida que outra jogadora possa repetir o que a eterna camisa 8 fez pela modalidade.
Mas nem só de experiência se faz um time campeão. Fabi ressalta a importância e vantagem de poder receber as jogadoras mais jovens que sobem da base para o plantel comandado pelo técnico Maurício Salgado.
Prefiro que elas também tenham espaço e façam os gols delas, isso motiva ainda mais
FABI SIMÕES
sobre troca de experiência com as mais jovens
— Estou sempre tentando passar algo para elas. Não importa se tenho mais de 30 e elas têm 18, a gente precisa uma da outra dentro de campo, temos que estar na mesma página e com o mesmo objetivo. Às vezes, sou cobrada por não focar mais em mim, aproveitar as oportunidades e ser artilheira, mas prefiro que elas também tenham espaço e façam os gols delas, isso motiva ainda mais — explica.
No domingo (5), a partir das 10h, na Arena Cruzeiro, Fabi e as Gurias Coloradas entram em campo contra o Grêmio para tentarem conquistar o tricampeonato estadual. Será a quinta final seguida com clássico Gre-Nal, em jogo único e sem saldo qualificado por conta do mando.