Depois de 33 jogos, a segunda passagem de Diego Aguirre como técnico do Inter chegou ao fim? A pergunta ganha força após o treinador e o time colecionarem maus resultados nas rodadas recentes — são quatro partidas sem vitória. Dos últimos 11 jogos, a equipe saiu vitoriosa em campo somente em dois (Grêmio e Athletico-PR). Fora de casa, o treinador computa cinco derrotas consecutivas e sete jogos sem vencer.
Como consequência, o time despencou na classificação do Brasileirão. De postulante a um lugar direto na Libertadores, o clube pode ficar fora do principal torneio continental em 2022, já que é o atual nono colocado na tabela. Após o empate em 1 a 1 com o Santos, no domingo (28), Aguirre evitou falar do futuro. Mesmo que tenha contrato até o fim da próxima temporada, existe a chance de ele não seguir no Inter. A saída pode ser tanto para assumir a seleção uruguaia quanto por uma vontade da direção.
— Penso que sim (tem de ser demitido). Além de escalações e trocas desconectadas com a grandeza do clube, a última entrevista mostrou um Diego Aguirre desanimado e com pouca vontade de projetar 2022, se limitando a dizer que o assunto é de economia interna — avalia Rafael Colling, apresentador e comentarista da Rádio Gaúcha.
O time ainda tem duas partidas para disputar no Brasileirão. Mesmo sem saber qual competição internacional jogará no ano que vem, Colling e Filipe Gamba, apresentador da Rádio Gaúcha e colunista de GZH, acreditam que a decisão pela saída ou não deva ser tomada o quanto antes.
— O Inter precisa ter convicção sobre o que espera de 2022 e bancar essa convocação, mesmo que isso implique em ir contra o pensamento dominante na aldeia — opina Gamba.
Na segunda-feira, o Inter enfrenta o Atlético-GO, no último jogo da equipe no Beira-Rio. A campanha no Brasileirão será encerrada contra o Bragantino, em 9 de dezembro. Até aqui, Aguirre somou 11 vitórias, 12 empates e 10 derrotas. Apesar do panorama, alguns aspectos devem ser ponderados.
— Não acho razoável demitir faltando dois jogos para acabar o campeonato. Defendo que se espere o final da temporada para fazer uma análise do que deu certo e do que deu errado — adverte Diogo Olivier, comentarista da Rádio Gaúcha e colunista de GZH.
Independentemente da classificação ou não para a Libertadores, a temporada 2022 começa em 26 de janeiro para o Inter, quando enfrenta o Juventude, pelo Gauchão. Até lá, há muito a ser definido.
Confira as opiniões
Não. Não acho razoável demitir faltando dois jogos para acabar o campeonato. Defendo que se espere o final da temporada para fazer uma análise do que deu certo e do que deu errado. Não sei se vai conseguir reagir nesses dois jogos, conseguir ir para uma pré-Libertadores, e fazer uma avaliação. Demitir agora não faz sentido.
Antes de discutir se Aguirre deve permanecer, o Inter precisa definir o que espera de 2022. Se o clube seguirá com esse modelo, comprovadamente limitante, que não leva o clube a um título há cinco anos, ou se definitivamente irá introduzir e dar suporte a uma nova filosofia de futebol. Há um enorme aprendizado da passagem de Miguel Ángel Ramírez pelo Inter e ele está relacionado à falta de respaldo de uma direção que sucumbiu a pressões externas e abandonou um projeto com 100 dias de trabalho. O Inter precisa ter convicção sobre o que espera de 2022 e bancar essa convocação, mesmo que isso implique em ir contra o pensamento dominante na aldeia. Caso contrário, seguirá vigorando o contrato com a mediocridade firmado pelo clube nos últimos anos.
Rafael Colling, apresentador e comentarista da Rádio Gaúcha
Penso que sim. Além de escalações e trocas desconectadas com a grandeza do clube, a última entrevista mostrou um Diego Aguirre desanimado e com pouca vontade de projetar 2022, se limitando a dizer que o assunto é de economia interna. No entanto, o torcedor está exigindo mais atitudes. Diego Aguirre transparece a mesma cara do grupo do Inter: perdedor. E se o clube quiser pensar em algo maior na próxima temporada, já tem que definir seu novo treinador antes mesmo do término do Campeonato Brasileiro, porque o sucesso ou não nas competições está muito relacionado a um planejamento sério, com rumo definido e, obviamente, com contratações de qualidade para um grupo que já bateu no seu teto. E a limitação deste grupo é insuficiente para a grandeza do Internacional. Em resumo, Paulo Paixão estava coberto de razão e, por vias que acabaram o prejudicando, fez um bem enorme ao clube.