Mais um jogo, mais decepção. Nem mesmo o Beira-Rio, onde tinha campanha excelente, parece fazer diferença. Pela 36ª rodada do Brasileirão, o Inter praticamente deu adeus a qualquer chance de ir direto para a fase de grupos da Libertadores e viu complicar até a de ir para a etapa preliminar ao empatar em 1 a 1 com o Santos neste domingo. Termina o domingo em nono, um ponto a menos e um jogo a mais do que o Ceará, oitavo.
Para chegar ao G-6, que dá essa vaga direta, o caminho é ainda mais árduo. Está a quatro pontos do Fortaleza, que também tem uma partida a menos. Por isso, a situação tem todo um ambiente de fim de festa. Desde antes da partida havia reclamações e murmúrios, inclusive vaias. Até mesmo o técnico Diego Aguirre foi criticado. O uruguaio, entretanto, preferiu reduzir o problema e minimizou:
— Não vi essa vaia toda. Gosto quando a torcida vem. Só tenho coisas boas a dizer sobre os colorados.
Sobre o jogo, o treinador explicou as trocas e a mudança brusca de comportamento e de desempenho da equipe de um tempo para o outro. Justificou a saída de Johnny em razão do cartão amarelo e de uma possível expulsão, já que era o único volante de contenção escalado.
Zé Gabriel entrou porque, com Dourado suspenso e Lindoso machucado, era o que tinha. Palacios, na versão do técnico, vinha com acúmulo de jogos e estava caindo de rendimento. Com essas substituições, alterou a equipe taticamente porque vivia clara dificuldade, que foram minimizadas com os três zagueiros.
— Levamos o gol e ficamos perdidos por 15 minutos. Depois melhoramos, criamos situações claríssimas mas a bola não entrou. Vamos continuar, trabalhar e tentar ganhar o próximo jogo — concluiu.
E mais do que isso pouco se falou, já que o assunto predominante foi o futuro. Enquanto aguarda um convite da Associação Uruguaia de Futebol para substituir Óscar Tabárez, Aguirre permanece no Inter mas sofre contestações, inclusive internas. Há quem sugira a saída do treinador mesmo que não seja para a seleção charrua.
O 2022 do Inter não parece ter Libertadores. A tendência, inclusive, é de vaga para a Sul-Americana, que pode mexer inclusive financeiramente no orçamento. Ao mesmo tempo, porém, todos sabem que os gritos entoados por torcedores "O Paixão tem razão", alusivos aos áudios vazados, são verdadeiros. E em meio a tudo, há duas rodadas de Brasileirão para definir o que vem por aí. O meia Mauricio, que deu nova mobilidade ao meio-campo no segundo tempo, opinou sobre essa questão:
— É uma situação complicada. Temos muita vontade de dar a volta por cima e conseguir o nosso objetivo. Enquanto houver chance, nós temos isso em mente. Temos muita vontade e garra para dar a volta por cima e sair com essa classificação para Libertadores.
Aguirre deu uma ideia de que existe uma ideia para a temporada que vem. Mas repetiu o que já havia dito o executivo Paulo Bracks após o confronto com o Fluminense:
— O Inter está trabalhando para o ano que vem. O planejamento está sendo feito. Mas não é momento para falar. Temos duas partidas ainda. Vamos pensar em acabar o ano com duas vitórias e ver se é suficiente para alcançar o objetivo. Está difícil, mas poderemos tirar conclusões melhores quando acabar o ano.
Para o próximo jogo, contra o Atlético-GO, na segunda-feira que vem, Aguirre terá o retorno de Dourado. Até lá, saberá mais claramente quantos pontos serão necessários para buscar alguma vaga na Libertadores ou se precisará se contentar com a Sul-Americana. Na última rodada, contra o Bragantino, a equipe terá a última chance de vencer pelo menos algum paulista no Brasileirão.