Pode até parecer exagero, mas os números permitem dizer: em Goiânia, o Inter estará desfalcado do jogador que mudou a forma de jogo da equipe. Para o confronto com o Atlético-GO, às 18h15min de domingo (29), o técnico Diego Aguirre não poderá contar com Rodrigo Lindoso, suspenso pelo terceiro amarelo. Mesmo longe de ser um dos atletas mais aclamados por público e crítica, foi a partir de sua entrada que o time se encontrou no Brasileirão.
Com Lindoso ao lado de Dourado, o Inter está invicto. Foram duas vitórias e um empate em três jogos, com 10 gols marcados e quatro sofridos. Uma fórmula que não chegou a dar certo no passado, seja com Eduardo Coudet ou com Abel Braga, mas que agora encaixou sob o comando de Aguirre.
A ausência do volante cria um dilema para o treinador. No grupo até há outro volante disponível, Johnny, apesar de características um pouco diferentes. Existe também um meia, mas mais criador do que combativo, Boschilia.
As demais alternativas, por serem todas mais ofensivas, mexeriam substancialmente na forma de jogar, inclusive alterando posicionamento dos demais atletas do meio-campo. São jogadores originalmente atacantes, como Caio Vidal, Mauricio ou Palacios. Isso automaticamente obrigaria Edenilson a fazer uma posição mais defensiva.
— Temos uma semana cheia para nos preparar para o próximo jogo. Sinceramente, preciso analisar e observar antes de decidir a melhor opção — despistou o treinador.
A seguir, veja os prós e contras de cada alternativa.
- 19 jogos
- 2 gols
- 0 assistência
É a opção mais "parecida" com Lindoso. Apesar de ser meia ofensivo de origem, quase um atacante, foi recuando e logo no primeiro ano como profissional, fixou-se como volante, ainda sob comando de Eduardo Coudet. Na comparação com o companheiro suspenso, dá igual combatividade ao setor e tem passe curto superior. Pesa contra si o fato de que as exibições anteriores que teve formando dupla com Dourado não foram boas o suficiente.
- 13 jogos
- 0 gol
- 0 assistência
Trata-se de um meia com características de criação. Canhoto, vertical, notabilizou-se pelo bom chute de média distância. A seu favor, foi o escolhido para entrar na última partida, justamente no lugar de Lindoso, e não mexeu na posição de Edenilson. Mas ainda que possa ganhar em controle e qualidade de passe, certamente o time perderia em poder de marcação, desarme e demais funções defensivas. E ainda está longe da melhor forma física após a cirurgia no joelho.
- 28 jogos
- 1 gol
- 5 assistências
Recuperado de uma lesão muscular que o tirou do time por mais de um mês, foi devolvido ao grupo principal para recomeçar os treinos com os companheiros apenas nesta terça-feira. Essa é uma das razões pelas quais não deve ser o escolhido de Aguirre. Meia criativo mas muito mais ofensivo, tem como características o drible e a conclusão, e como carência a capacidade de marcação. Apesar disso sua versatilidade permitiria que Edenilson não precisasse ser deslocado.
- 30 jogos
- 2 gols
- 0 assistência
Com formação de atacante, mais especificamente ponteiro pela direita, Caio Vidal só entraria se Diego Aguirre optasse por fazer mais mexidas no time. A principal envolve tirar Edenilson do atual setor, partindo da direita, mas com liberdade para se movimentar e aparecer na área, e devolvê-lo à segunda função, ao lado de Dourado. É uma alternativa se o técnico uruguaio quiser um time mais ofensivo. Mas necessitaria de bastante ajuda na recomposição.
- 24 jogos
- 0 gol
- 1 assistência
O chileno, convocado para a seleção de seu país para os jogos das Eliminatórias da Copa do Mundo, é versátil o suficiente para Diego Aguirre não precisar mexer em Edenilson. Ele poderia fazer a função de meia. Mas isso tiraria da equipe o nível de combatividade encontrado nas últimas partidas. Palacios é um jogador de ataque e parece ter encontrado seu melhor momento no Inter como reserva de Taison, com liberdade de movimentação e chegada ao ataque.