Na noite de quarta-feira (7), ao perder para o São Paulo por 2 a 0, o Inter igualou o recorde de jogos seguidos sem vencer no Beira-Rio. São oito partidas em série sem deixar o campo com vitória, algo que não ocorria desde 1983. O time segue sem ganhar em casa e afunda cada vez mais no Brasileirão, está a três pontos da zona de rebaixamento. No sábado (10), o adversário será o Grêmio, no clássico dos desesperados que se avizinha.
Na partida desta quarta, o Inter chutou a gol apenas no primeiro tempo. Perdeu duas oportunidades, ambas com Caio Vidal, e quase nada além disso. Na segunda etapa, não criou basicamente nenhuma situação.
— Fizemos um jogo muito ruim e vou aceitar as críticas porque não tivemos a partida que imaginávamos, cometemos muitos erros e temos que assumir os erros para tentar melhorar. Fiquei preocupado e triste porque tinha outra expectativa — declarou o técnico Diego Aguirre, visivelmente abatido na entrevista coletiva.
O vice de futebol do Inter, João Patricio Herrmann, concordou:
— A gente não pode deixar de entender que o contexto é ruim. Hoje poderia ter sido até pior. Precisamos entender porque os resultados não estão vindo. Todos estamos conscientes da situação. Nossos números são tímidos, que não estão do tamanho do Internacional.
O time tem a segunda pior defesa da competição, e a "vantagem" é de apenas um gol sobre a Chapecoense. Em 10 jogos, buscou a bola na própria rede 16 vezes. Em três partidas em casa, saiu perdendo antes dos cinco minutos. Foi assim contra Atlético-MG, Palmeiras e, nesta quarta, diante do São Paulo. O time praticamente começa perdendo. E a última vez que virou uma partida foi o Gre-Nal do Brasileirão de 2020 (em janeiro de 2021).
— Acho que ter um Gre-Nal no sábado pode ser alguma coisa boa porque queremos dar, rapidamente, uma alegria aos torcedores. Não estamos onde deveríamos, estou mal por isso. Sabemos que é um jogo importantíssimo — completou o treinador.
A situação do Inter dá sinais de drama no campeonato. A equipe de Diego Aguirre está na 14ª posição, tem 10 pontos (o equivalente a 33% de aproveitamento) e já se foram mais de 25% de campeonato. Uma combinação que envolva derrota no Gre-Nal e vitórias de Sport, América-MG e São Paulo deixará os colorados na zona de rebaixamento já no final de semana. Aguirre, porém, evitou falar de futuro:
— O que tenho pela frente é o Gre-Nal. Temos de ter pensamento positivo, aprender com os erros. Esse pode ser um ponto de partida para melhorar.
Para não dizer que tudo é má notícia, no Gre-Nal, o técnico terá os retornos de Cuesta e Edenilson, que cumpriram suspensão, e poderá contar, pelo menos por alguns minutos, com o retorno de Taison, em fase final de recuperação de lesão. A prioridade, segundo a direção, é prepará-lo para enfrentar o Olimpia na quinta-feira, pela Libertadores, mas a situação do Brasileirão não impede de lançá-lo em caso de necessidade. Nenhum dos pendurados levou o terceiro cartão amarelo. Assim, haverá um grupo praticamente todo à disposição.
— A volta de alguns jogadores pode melhorar. Precisamos improvisar. Saravia, por exemplo, está com dificuldades após a covid, então poderia se lesionar. Tivemos de adaptar, assumir o risco. Infelizmente o time se sentiu inseguro e não conseguiu. A culpa foi minha. Quando chegar em casa, vou olhar o jogo e entender meus erros — declarou o treinador, que completou: — A solução é ganhar o próximo jogo. Sei que faz tempo que não ganhamos no estádio do Grêmio, coisas que dificultam.