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Desperdício, memória e tristeza: a repercussão da eliminação do Inter para o Olimpia

Pelas oitavas de final da Libertadores, time gaúcho caiu, de novo, para os paraguaios nos pênaltis

Rafael Diverio

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André Ávila / Agencia RBS
Galhardo e Edenilson (ambos com o cabelo descolorido) perderam os pênaltis

O Inter desperdiçou a chance de que o futebol proporcionou. No reencontro com o Olimpia, 32 anos depois da tragédia esportiva de 1989, o resultado foi tão traumático como aquele. A única diferença é que não tinha arquibancadas lotadas para ver a eliminação colorada nas oitavas de final da Libertadores. De resto, o roteiro foi bem parecido. O time da casa, com Diego Aguirre (como naquela vez), criou mais de uma dezena de oportunidades, perdeu um pênalti com um jogador que nunca tinha errado e, por uma incrível coincidência, caiu nos pênaltis, 5 a 4. Resta, agora, apenas o Brasileirão para o clube.

Foi incrível a semelhança do roteiro dos dois confrontos. Até o nome do jogador que errou pênalti no tempo normal era semelhante: se em 1989 era Nilson, agora foi Edenilson. Foram quatro confrontos entre os dois times na Libertadores 2021, o placar total foi 7 a 1 para o Inter. E é ele quem está fora. 

Foi a segunda eliminação seguida nas oitavas de final da Libertadores. E a segunda nos pênaltis. Foi, também, a terceira decisão nas penalidades na história colorada da Libertadores — e a terceira derrota (a segunda para o Olimpia). 

— Às vezes não tem nem palavras para descrever a tristeza. A gente cria, cria, cria e não consegue fazer os gols. Vamos sentir a eliminação hoje e depois pensar no Brasileirão. Sei que muitas pessoas não vão entender. Vamos pensar no próximo jogo — resumiu o capitão Taison.

Aguirre foi na mesma linha:

— É difícil quando perdemos tantas situações, até um pênalti. Futebol é assim, às vezes você chuta uma bola e faz. Hoje tivemos mais de 10 e não entrou.

Ele, porém, afirmou não se tratar de uma falta de força mental do time a responsável pela eliminação:

— Não acho que o problema seja psicológico. Isso é futebol, às vezes tem fases boas, outras ruins. Estou há um mês aqui e hoje foi nosso melhor jogo. Nosso time pressionou, criou chances, se entregou. É isso o que tenho de analisar.

O problema é que essa queda na competição continental tira do Inter mais de R$ 8 milhões em premiação. Para um clube que abertamente vive uma crise financeira, o dinheiro fará falta, e possivelmente obrigará os dirigentes a vender mais jogadores.

Como já está eliminado na Copa do Brasil, o Inter precisará virar todo o seu foco para o Brasileirão. A situação atual é pouco confortável. Está na 13ª posição, quatro pontos à frente da zona de rebaixamento e quatro pontos atrás da zona de classificação para a Libertadores. Venceu apenas um jogo no Beira-Rio. No domingo (25), enfrenta o Athletico-PR, fora de casa, pela 13ª rodada. O consolo para Diego Aguirre é que, a partir de agora, terá tempo para treinar, algo que ainda não ocorreu desde sua chegada. 

A primeira semana cheia será depois de domingo, já que só voltará a campo no outro final de semana, quando recebe o Cuiabá. E o primeiro item a ser corrigido é a finalização. Diante do Olimpia, ficou escancarado o problema. O time concluiu 19 vezes e não converteu nenhuma. Isso já tinha ocorrido contra o Juventude no final de semana passado. E em outras oportunidades, como contra Atlético-MG, Palmeiras e Grêmio. Há 78 pontos em disputa no Brasileirão. E é só isso que resta a buscar até dezembro.

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