Na estreia de Diego Aguirre, o Inter quebrou algumas marcas. Pela primeira vez na história do Brasileirão, venceu a Chapecoense fora de casa. Os gols de Caio Vidal e Yuri Alberto foram os primeiros que não se originaram de bola parada após seis rodadas. Com o 2 a 1, o uruguaio ganha tranquilidade para trabalhar e preparar a equipe para a sequência da competição. No domingo, enfrentará o América-MG, também longe do Beira-Rio.
Mesmo que tenha trabalhado basicamente dois dias, o treinador conseguiu dar ao time algumas das virtudes que mais preza. Foi o que mais elogiou em seus jogadores na entrevista após a vitória:
— Tivemos velocidade, intensidade, pressão.
Além disso, houve outras mudanças, também no estilo. O Inter finalizou 25 vezes, sendo 10 na direção do gol. E ficou menos com a bola do que o adversário, 48% do tempo. De fato, foi o time mais vertical e ofensivo que tanto preza o uruguaio. Apesar disso, garantiu que foi outro aspecto que o deixou mais feliz:
— Gostei do espírito, da luta, de deixar tudo dentro do campo. Nisso me senti identificado.
O técnico lamentou a quantidade de chances desperdiçadas. Frente a frente com o goleiro, além dos gols, foram outras quatro conclusões. Segundo ele, é um dos aspectos a serem melhorados.
Por outro lado, garantiu estar satisfeito com a resposta. Em sua visão, era fundamental vencer para ter tranquilidade nos próximos dias, dar sequência ao trabalho com menos pressão.
— Viemos aqui jogar uma final. Os jogadores vieram, mostraram personalidade. Pedi que entrassem com confiança, eles são os mesmos jogadores vice-campeões uns meses atrás. Fizemos um bom jogo contra um adversário difícil, tanto que o Inter não tinha vencido aqui — declarou.
Entre os jogadores, também houve elogios. Capitão do time, Edenilson gostou da força da equipe para segurar o resultado e garantir três pontos fundamentais para recuperar espaço na competição:
— Primeiro temos de parabenizar a equipe. Soubemos sofrer quando a equipe deles começou a alçar bola na nossa área. O professor Aguirre nos passou tranquilidade, experiência e o conhecimento que ele tem do clube e dos outros que passou. Tentamos fazer o que ele pediu em dois ou três dias de trabalho, e o resultado é importantíssimo para a sequência.
De fato, o treinador precisará de tranquilidade. Porque será necessário fazer mudanças no time já para a próxima partida. A direção correrá contra o tempo para inscrever os novos reforços, o zagueiro Bruno Méndez, uruguaio de 21 anos que estava no Corinthians, e o lateral-esquerdo Paulo Victor, 20 anos, ex-Botafogo. Os dois estão em Porto Alegre e, como estavam atuando, necessitam mesmo é de condição legal para estar em campo.
Suas entradas são urgentes porque o Inter terminou a partida de Santa Catarina aumentando a lista de desfalques. Zé Gabriel, que atuou improvisado na lateral direita, sentiu uma lesão muscular e deve ficar de fora por algumas semanas. Léo Borges não deve mais atuar, já que será emprestado ao Porto. E Caio Vidal foi expulso na confusão do final da partida.
— Desnecessário, feio para quem assiste. É coisa do jogo. Às vezes acontece quando estamos com os ânimos quentes. Não é para acontecer. Tenho certeza de que o pessoal está arrependido — comentou Edenilson sobre o lance.
Aguirre terá de resolver alguns enigmas em dois dias, já que Inter retorna ao Rio Grande do Sul e no domingo à noite terá pela frente o América-MG pela sétima rodada do Brasileirão. O desafio será manter o espírito e a organização em meio a mais baixas e sem treino.