Em meio à crise após a goleada sofrida em Fortaleza, a direção do Inter vem sendo pressionada nos bastidores para contratar um coordenador técnico. Segundo avaliações internas, o vestiário colorado estaria sentindo a falta deste profissional, de preferência um ex-jogador, para auxiliar o técnico Miguel Ángel Ramírez no relacionamento com o grupo.
A presença de um coordenador técnico no organograma do clube era uma promessa de campanha do presidente Alessandro Barcellos. Durantes as eleições, o então candidato afirmou que contrataria um ex-jogador para ser um elo entre a comissão técnica, o departamento de futebol e o grupo de jogadores. Contudo, a função nunca foi preenchida.
No início da temporada, a direção colorada chegou a convidar os ex-meias Pedrinho, comentarista do Grupo Globo, e Tinga, ídolo colorado, para o cargo, mas as tratativas não evoluíram. Houve também uma sondagem a Paulo Roberto Falcão, que também não foi adiante. Diante das negativas, o clube decidiu abrir mão deste profissional.
Atualmente, quase toda interlocução com o grupo em nome da direção é responsabilidade do diretor-executivo de futebol Paulo Bracks. A exemplo de Ramírez, o dirigente também é jovem na função e nunca atuou como jogador de futebol. Na avaliação de algumas pessoas influentes dentro do clube, faltaria uma pessoa mais experiente no mundo da bola para ajudar no diálogo com o vestiário.
Além disso, os defensores da contratação de um coordenador técnico entendem que Ramírez, além de falar espanhol, possui uma linguagem mais teórica, que costuma ser menos entendida pelos jogadores. Por isso, um ex-atleta, respeitado no "mundo dos boleiros", poderia ajudar o treinador neste aspecto. As cobranças são reforçadas pelo fato de a presença deste profissional no departamento de futebol ter sido uma promessa de campanha.
A pressão pelo preenchimento dessa figura no organograma é anterior à derrota por 5 a 1 para o Fortaleza. Na segunda-feira, em reunião no Conselho Deliberativo, Bracks foi questionado pelos conselheiros sobre a ausência dessa figura do coordenador técnico. Na ocasião, o executivo argumentou que poucas equipes brasileiros têm esse cargo e que a função no Inter era absorvida por outros profissionais do clube.
Diante da crise, contudo, a pressão pela contratação de um coordenador técnico aumentou.