O trabalho de Miguel Ángel Ramírez no Inter passará por uma "intervenção". Após a goleada por 5 a 1 sofrida para o Fortaleza, no domingo (6), a direção irá cobrar o treinador para flexibilizar os seus conceitos e mudar algumas das suas estratégias de jogo. Na avaliação do clube, o modelo de jogo do espanhol parou de evoluir.
— O trabalho do Miguel tem ajustes a ser feito. Mas não acredito que ele seja inflexível, que não ouça o meio e os atletas. As correções internas serão feitas. Já têm sido. Sentimos que este modelo parou de evoluir. Precisamos resolver o mais rápido e entender a cultura gaúcha de jogar futebol e do Inter — declarou o vice de futebol João Patrício Herrmann.
Entre as mudanças possíveis, estão o fortalecimento do sistema defensivo e a adoção de uma estratégia mais objetiva na hora de atacar. A ideia é que Ramírez mantenha a sua filosofia preferida, conhecida como Jogo de Posição, mas que adapte o seu modelo às características do grupo e do futebol local.
Além disso, a direção não gostou da decisão do treinador de preservar titulares no Castelão, de olho na partida contra o Vitória, na quinta (10), pela Copa do Brasil. A partir de agora, a ideia é que haja menos mudanças de um jogo para o outro, embora o espanhol siga com liberdade para fazer ajustes pontuais de acordo com o adversário.
Por fim, atletas com ambiente delicado junto ao torcedor tendem a perder espaço. Desde o jogo de ida contra os baianos, o treinador já pretendia dar mais oportunidades ao goleiro Daniel e ao volante Johnny. Agora, esses atletas devem ganhar uma sequência, desbancando Marcelo Lomba e Rodrigo Lindoso.
Internamente, a principal cobrança da direção a Miguel Ángel Ramírez é que a equipe volte a evoluir. Mais do que o resultado, o que será analisado nos próximos jogos é o desempenho da equipe.
Se perceber que o modelo de jogo voltou a apresentar uma evolução, o clube está disposto a bancar o treinador mesmo diante de resultados negativos. Contudo, caso a equipe continue sem evoluir, o espanhol poderá ser substituído.