O Inter terá uma prova de fogo nesta quarta-feira (30). Ao receber o Palmeiras no Beira-Rio, pela oitava rodada do Brasileirão, o Colorado vai encarar também o segundo melhor ataque da competição. Com 13 gols marcados, o time comandado pelo português Abel Ferreira só aparece atrás do Bragantino, que marcou 17.
Estes números se tornam ainda mais preocupantes quando se analisam as estatísticas defensivas do próprio Inter. Após sete partidas, os colorados apresentam a segunda pior defesa: 11 gols sofridos, apenas um a menos do que a Chapecoense. Mas o que explica o fato de as redes vermelhas terem balançado tanto neste início de campeonato?
1) Má execução do jogo de posição
Mesmo com poucas rodadas, o Inter já foi comandado por três técnicos diferentes e, analisando as exibições sob o comando de cada um deles, fica evidente: o pior desempenho defensivo remete ao trabalho de Miguel Ángel Ramírez.
Em duas partidas (contra Sport e Fortaleza), o espanhol viu sua equipe sofrer sete gols. Com Osmar Loss, em três atuações (Bahia, Atlético-MG e Ceará), a defesa foi vazada apenas duas vezes — mesmo número de gols sofridos com Diego Aguirre, contra Chapecoense e América-MG. Portanto, a má execução do jogo de posição deixou a defesa extremamente exposta.
2) Fator psicológico
Embora esteja no meio da tabela de classificação, o Inter é líder em outro quesito: expulsões. Até agora, foram cinco cartões vermelhos apresentados para atletas colorados — três estavam no banco de reservas (Vitor Hugo, Danilo Fernandes e Caio Vidal) e outros dois deixaram a equipe com um jogador a menos dentro de campo (Pedro Henrique e Lucas Ribeiro). A situação escancara o descontrole emocional da equipe em situações adversas.
3) Bola aérea defensiva
Mesmo com pouco tempo de trabalho, Diego Aguirre tornou o Inter um time mais compacto na defesa, mas a bola aérea seguiu sendo um pesadelo para o goleiro Daniel. Foi por meio desta arma que Chapecoense e América-MG chegaram às redes nas duas últimas rodadas.
— Temos alguma dificuldade na bola aérea defensiva, e temos de melhorar isto trabalhando, sem muito tempo por conta da recuperação dos jogadores e mais partidas. São coisas que merecem ser vistas, porque fazemos esforço para ganhar o jogo e tomamos gol de bola parada. Não podemos perder jogos por essa situação, é uma das coisas que precisamos continuar trabalhando — admitiu o uruguaio após o empate com o América-MG.
4) Inexperiência dos zagueiros
Outro fator admitido pelo clube é a necessidade de reforçar o setor defensivo. Com Rodrigo Moledo afastado por lesão no joelho direito desde o início do ano, o Inter conta apenas com a experiência de Víctor Cuesta. Os demais zagueiros do plantel são todos jovens, oriundos das categorias de base: Lucas Ribeiro, Zé Gabriel, Pedro Henrique. Até mesmo por conta disso, a diretoria foi buscar o uruguaio Bruno Méndez junto ao Corinthians e ainda tenta repatriar Sidnei do Betis, da Espanha.
5) Goleada do Fortaleza
Um resumo de tudo o que foi apresentado acima se deu na segunda rodada, quando o time foi goleado por 5 a 1 pelo Fortaleza, na Arena Castelão. Mesmo que a exibição tenha sido muito abaixo da curva, com más atuações individuais, alguns dos gols poderiam ter sido evitados. Tivesse sido menos vazado naquela jornada, com certeza, o Colorado teria um saldo de gols mais equilibrado.