Porto Alegre é separada de Salvador por mais de 2 mil quilômetros de distância. Inter e Vitória não disputam os mesmos estaduais. Muito menos estão na mesma divisão do Campeonato Brasileiro. No entanto, de cinco anos para cá, uma rivalidade foi criada entre os dois clubes. Para entender o contexto desta "briga", é preciso voltar a 2016, ano do rebaixamento colorado para a Série B nacional.
No Brasileiro daquele ano, o Inter terminou em 17º lugar, com 43 pontos, dois a menos que o time baiano. Como uma maneira de tentar fugir da segunda divisão, o clube gaúcho recuperou um processo aberto pelo Bahia no começo da temporada, por suposta irregularidade de inscrição do zagueiro Victor Ramos, e entrou com um pedido no Supremo Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), para o desarquivamento do caso.
Caso fosse comprovado que o zagueiro estivesse irregular, a equipe baiana perderia os pontos ganhos nas partidas em que Victor Ramos atuou. Consequentemente, cairia, e o Inter ficaria na Série A. O STJD alegou, mais uma vez, que não haviam provas de irregularidade e o caso foi arquivado novamente. A briga jurídica chegou a ir para o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS), mas o tribunal decidiu por não julgar o mérito da ação.
Desde então, a rivalidade entre as duas equipes ficou exacerbada. No ano em que voltou para a elite do Brasileirão, Inter e Vitória se enfrentaram quatro vezes — três vitórias coloradas e uma rubro-negra.
A derrota ficou marcada pois indicou a desclassificação do time comandado por Odair Hellmann na Copa do Brasil. Após vencer em Porto Alegre por 2 a 1, perdeu no Barradão, local do jogo desta quinta, por 1 a 0 e foi eliminado nos pênaltis. O gol, marcado aos 36 minutos do segundo tempo, foi anotado por Neilton, que posteriormente viria atuar em Porto Alegre, emprestado pelo próprio Vitória.