O Inter bateu o Bragantino por 2 a 1 começo da noite deste domingo (31), no Beira-Rio, e alcançou a nona vitória seguida no Campeonato Brasileiro, algo até então inédito na era de pontos corridos. Patrick, em um belo lance, e Edenilson, cobrando pênalti, marcaram os gols do Colorado, que teve Marcelo Lomba como salvador nos minutos finais da partida. Helinho aproveitou falha de Moisés para anotar o gol paulista.
Com a vitória, o Colorado subiu para a 65 pontos e tem cinco de vantagem para o Atlético-MG, que bateu o Fortaleza e assumiu a vice-liderança. O Flamengo entra em campo nesta segunda-feira (1º), às 20h, para encarar o Sport, na Ilha do Retiro. Se vencer, o time carioca irá a 61 pontos e vai retomar a segunda posição.
Herói pelas defesas nos minutos finais, o goleiro Marcelo Lomba contou o sentimento de ter sido protagonista em uma vitória que pode ser decisiva na busca pelo tetracampeonato brasileiro.
— É uma mistura de emoções porque quando a bola está vindo você quer que os volantes e zagueiros tirem. Quando ela vem, é hora de trabalhar. Não tinha mais jogo ali, eram os minutos finais. Eu me alegro e falo do fundo do meu coração, ver a festa dos meus amigos vibrando no vestiário é muito bom — disse o goleiro, que tratou de destacar o papel de Abel Braga no intervalo para o Inter crescer de rendimento na volta para o segundo tempo.
— Contra o São Paulo, a gente falava que o "Abelão" ganhou o jogo. Hoje novamente. Ele mexeu no intervalo para deixar a gente mais confortável. Ele mudou a parte tática. A gente estava com dificuldade com os jogadores deles que flutuavam por dentro. Ele mexeu na marcação e encaixou para essa bola não entrar por dentro — analisou o camisa 12.
Com nove vitórias seguidas, o Inter mantém uma confortável vantagem na liderança faltando cinco rodadas para o término do Brasileirão. Com a experiência de ter comandado o clube em suas maiores conquistas, Abel Braga tratou de conter a euforia.
—Faltam cinco jogos, é muita coisa ainda. Faltam cinco, são 450 minutos e vamos tentar nos comportar da melhor maneira porque não tem jogo fácil. É importante para todo mundo (o título), para o torcedor, para o clube. Eu bati na trave e fui vice-campeão aqui. O Muricy (Ramalho) teve aquele famoso jogo contra o Corinthians. Queremos fazer isso para oferecer ao clube e ao torcedor. Mas são cinco jogos. Estamos na liderança há algum tempo e ficamos como o clube a ser batido — declarou o treinador, que admitiu que teve uma reunião com o elenco para pedir cuidado após a provocação feita por Thiago Galhardo nas redes sociais depois do Gre-Nal.
— Foi falado com o Galhardo de maneira global. Eu reuni o grupo e falei que tivessem cuidado na rede social. O Galhardo falou que não quis fazer o que foi interpretado. Eu passo para os jogadores que o clube já passou por situações complicadas em momentos que pareciam fáceis. Sempre que você canta louvores antes da coisa acontecer é complicado. Se acontecer, aí depois vamos falar com entusiasmo por ter conquistado — completou
Abel Braga ainda reconheceu que o Inter não teve uma grande atuação diante do Bragantino. O técnico admitiu que o time precisará ter um desempenho melhor para vencer o Athletico-PR na próxima quinta-feira, na Arena da Baixada.
— Precisa (jogar mais). Um jogo de futebol é como uma luta de boxe. Você ataca ou defende de acordo com o adversário. Nosso primeiro tempo foi razoável. Sofremos um gol inesperado e quando fizemos 2 a 1 e não recuamos, tanto que tirei o Patrick e coloquei um atacante, o Leandro (Fernández). Eles nos empurraram porque o time tem muita qualidade e gosta da bola. No primeiro tempo, nós aumentamos muito o campo de ação para tomar a decisão do Dourado. No segundo, o time subiu mais. O Raul tocou 41 vezes na bola na primeira etapa e 25 no segundo tempo, quase metade. Encurtamos esse espaço e a coisa melhorou — citou.
Diante do Athletico-PR, o Inter não terá Rodrigo Dourado, que sentiu dores na coxa esquerda e ainda levou o terceiro amarelo. Abel confirmou que Rodrigo Lindoso será titular no meio-campo. A expectativa é de que o artilheiro Thiago Galhardo possa ficar, pelo menos, no banco de reservas em Curitiba.