Depois de 462 dias de afastamento, Rodrigo Dourado voltou aos gramados em 14 de outubro de 2020 contra o Sport, quando o Inter ainda era comandado por Eduardo Coudet. No entanto, foi com Abel Braga que o jogador voltou a ser titular, retomou a braçadeira de capitão da equipe e reassumiu o protagonismo que tinha no time. Logo em seu segundo jogo à frente do Inter, diante do Santos, na Vila Belmiro, Abel devolveu o prata da casa à titularidade.
Desde aquele dia, Dourado já atuou mais 19 vezes (16 pelo Brasileirão, duas pela Libertadores e uma pela Copa do Brasil). Apesar do longo período no estaleiro, retornou ao time com um condicionamento físico que permitiu que ele obtivesse sequência no time. A partir daí, surgiu a combinação perfeita entre o modelo de jogo utilizado pelo treinador e as características do camisa 13.
— Ele é um jogador mais agressivo que o Lindoso, que tem mais visão de jogo. O Dourado é mais agressivo sem a bola, o modelo do Abel é muito pautado nisso. Ele tem esse papel de marcação, que encaixa no adversários, não deixa o jogador do outro time com muita liberdade. Ele está ajudando muito — explica Leonardo Miranda, analista tático do ge.globo.
Na atual temporada, o time do Inter também tem se destacado pela qualidade nas bolas pelo alto, tanto ofensiva, quanto defensiva. Dourado, com 1m86cm de altura, agregou à força área colorada, conforme Renato Rodrigues, analista do DataESPN, dos canais ESPN.
— Ele eleva a estatura do time, esse é o primeiro ponto. Além disso, tem uma leitura muito boa de compensar os espaços, ele se coloca nas brechas da defesa, vez e outra cobre aquele zagueiro que saiu para marcar. É um jogador que não é muito técnico, mas que defensivamente é muito inteligente, protege a área, tem força e imposição.
O modelo de jogo utilizado pelo técnico Abel Braga também é alicerçado em transições rápidas dos laterais, que utilizam força e velocidade para chegarem à frente. No entanto, isso só é possível pois Dourado permanece mais recuado, garantindo a cobertura para que Rodinei e Moisés possam chegar ao terço final do campo.
— Quando o time ataca, o que ele faz para se defender, chamamos de balanço ofensivo. O Dourado é muito importante nesse balanço. Ele raramente avança nessas bolas. Ajuda os zagueiros, caso exista algum contra-ataque. O Dourado, geralmente, ajuda a criar essa sobra e os zagueiros não ficam tão expostos — completa Leonardo Miranda.
Nas 17 partidas que o capitão colorado disputo pelo Brasileirão, ele marcou três gols e concedeu uma assistência em 1092 minutos jogados. Dourado levou três cartões amarelos, um deles o fez desfalcar o Inter no confronto contra o Athletico-PR fora de casa. Somando todas as competições, ele tem 488 passes certos, 23 desarmes e quatro assistências para finalizações.
