O Inter perdia o Gre-Nal 429 até os 44 minutos do segundo tempo. A esperança de encerrar com a série de 11 clássicos de invencibilidade parecia perdida. Mas o time do técnico Abel Braga reagiu e conseguiu a virada nos acréscimos da etapa final.
Cinco fatos ajudaram o Inter a vencer o Grêmio. As substituições que jogaram o time ao ataque; as decisões da arbitragem; a força colorada na bola aérea; a confiança de uma equipe embalada pela sequência de vitórias; e o desejo de acabar com o jejum em Gre-Nais, que já durava desde 2018.
Entenda melhor cada um dos cinco fatos que levaram o Inter à vitória:
1) As substituições de Abel Braga
Um dos protagonistas da vitória colorada no domingo saiu do banco de reservas. O uruguaio Abel Hernández entrou aos 33 minutos do segundo tempo no lugar de Patrick, um dos principais jogadores do Inter nesta sequência de vitórias.
Alguém pode ter pensado que a substituição não era correta, mas Abel Braga mostrou que teve a leitura correta. Era preciso, em primeiro lugar, colocar o time para o ataque. Fez isso também com as entradas de Marcos Guilherme e Nonato. Em segundo lugar, precisava ter força na bola aérea, uma das armas do time desde o retorno do treinador. As mudanças deram certo e o Inter virou o jogo no finalzinho.
2) A força na bola aérea
Uma das principais jogadas do Inter tem sido a bola aérea. Não à toa o time do técnico Abel Braga é o que mais fez gols de cabeça no Campeonato Brasileiro. Contando com o do clássico, marcado por Abel Hernández, foram 17 bolas na rede desta forma. Sob o comando de Abelão, essa arma virou ainda mais letal.
Desde o retorno do treinador, a equipe marcou 20 gols — sete originados de cruzamentos. No domingo, ainda que o segundo gol, de pênalti, não entre nesta estatística, a infração também foi originada a partir de uma bola alçada na área. Ou seja, a força da bola aérea colorada decidiu o Gre-Nal.
3) As decisões da arbitragem
É inegável que as decisões da arbitragem impactaram no resultado do Gre-Nal. Isso não quer dizer que eles foram certas ou erradas. Mas que influenciaram, não há dúvida. Primeiro, o árbitro Luiz Flávio de Oliveira entendeu que não houve pênalti em Ferreira, do Grêmio, quando o atacante foi tocado por Nonato. Depois, com a ajuda do VAR, assinalou o pênalti após a bola bater no braço de Kannemann. As duas decisões, que geraram polêmica, foram fundamentais para o resultado final do clássico. De acordo com Diori Vasconcelos, analista de arbitragem da Rádio Gaúcha e colunista de GZH, o árbitro acertou nos dois lances.
4) A confiança do time
Embalado por uma sequência de oito vitórias seguidas até o clássico (sete pelo Brasileirão), o Inter estava com o psicológico em dia. Se nos outros Gre-Nais recentes a equipe esteve abalada mentalmente, pressionada, no duelo de domingo a confiança estava em alta.
O próprio técnico Abel Braga ressaltou isso na semana que precedeu o jogo: os atletas teriam de estar com a cabeça no lugar para voltar a ganhar do maior rival. Foi o que aconteceu. A equipe soube lidar com a desvantagem no placar, foi ao ataque, conseguiu um empate já aos 44 minutos do segundo tempo e, mesmo assim, não se conformou e seguiu em busca da vitória.
5) O desejo de acabar com o jejum
É inegável que a sequência sem vencer o Grêmio estava mexendo com o Inter. De torcedores a dirigentes e, especialmente, jogadores. Ninguém estava satisfeito com o fato de não derrotar o maior rival nos últimos 11 confrontos.
Esta motivação, aliada ao bom momento do time, fez com que vontade e determinação não faltassem ao Colorado. As entrevistas após a vitória no Beira-Rio deixaram claro o alívio de todos dentro do clube para que esse peso fosse tirado das costas.
E esse foi um dos motivos pelos quais o Inter lutou até o fim, porque não apenas era importante pontuar pensando no título brasileiro, mas também porque acabaria com a invencibilidade do rival no duelo que é quase como um campeonato à parte.