Nos últimos meses, a disputa política tomou conta do noticiário colorado. Contudo, muito se debateu sobre os candidatos à presidência e pouco se falou sobre uma outra escolha que o associado terá direito nesta terça-feira (15) e que também poderá influenciar no futuro do clube. Além de eleger o novo Conselho de Gestão, apontando o presidente que irá comandar o Inter no triênio 2021-2023, os associados também votarão para renovar 50% do Conselho Deliberativo.
A votação se dará de forma virtual, das 10h às 21h - horário foi estendido por problemas técnicos . Ao todo, 11 chapas estão aptas ao voto, concorrendo cada uma das 150 cadeiras legislativas. Confira um breve resumo sobre elas:
Chapa 01: Juntos somos maiores
A chapa é composta por três grupos políticos: "Movimento Inter Grande (MIG)", "Inter Maior" e "Colorado Eu Sou". O primeiro deles, inclusive, já teve como presidentes Fernando Carvalho, Giovanni Luigi e o atual mandatário Marcelo Medeiros. A nominata possui nomes de peso como o empresário Delcir Sonda, o recém-eleito prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, e o ex-presidente da Federação Gaúcha de Futebol (FGF), Francisco Noveletto. Também aparecem na lista atuais integrantes da atual diretoria, como Marcelo Poloni, atual vice-presidente de Patrimônio, João Pedro Lamana Paiva, vice-presidente de Negócios Estratégicos, e Lauro Hagemann, vice-presidente de Finanças.
— Nossas bandeiras são a inclusão, pacificação, fiscalização e o futebol vencedor — atesta Adauri Silveira, que foi diretor de futebol em 2019.
Confira a nominata completa aqui.
Chapa 02: Bandeira Colorada
O Movimento Bandeira Colorada foi fundado no dia 18 de agosto de 2020, quando o clube comemorou 10 anos da conquista do bicampeonato da Libertadores, e é composto por um grupo de associados que jamais chegou a exercer a função de conselheiro do clube.
— Os movimentos passam, o clube permanece e uma mudança se faz necessária. Se não mudarmos a prática, o resultado não vai ser diferente. Novas ideias passam por novas pessoas. São 150 cadeiras em renovação, mas 109 conselheiros que concorrem já estiveram lá. Sem renovação, como podemos ter transformação? — indaga Harlei Antônio Noro, representante do movimento, que não apoia formalmente nenhum candidato à presidência, embora se apresente aberto ao diálogo com qualquer um dos vencedores.
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Chapa 03: Reage Inter
Chapa de sustentação à candidatura de José Aquino Flôres de Camargo à presidência, é composta por nomes que deixaram outros movimentos recentemente. Entre eles, Eduardo Hausen, ex-diretor de futebol em 2013, e Leo Centeno Júnior, que comandou a pasta de patrimônio entre 2017 e 2018. Ambos, inclusive, compõem a chapa que concorre ao Conselho de Gestão como 1º e 4º vice-presidentes, respectivamente.
— O que nos caracteriza é a independência. Entendemos que dessa maneira o grupo cresceu, agregando pessoas que não se sentiam mais à vontade onde estavam e é isso que nos dar respaldo para fazer um trabalho para aplicar as mudanças que o clube precisa, nas categorias de base, em relação aos gastos, respeitando o orçamento. Queremos trazer de volta a união política, que agora parece distante, mas acho que vamos conseguir assim que acabar esta eleição, quem sabe com uma vitória nossa — atesta Leo Centeno Júnior.
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Chapa 04: O Povo do Clube
Fundado em 2012, o movimento elegeu seus primeiros conselheiros em 2014 e deu um grande salto de representatividade dois anos depois. Agora, sem ter conseguido levar o nome de Cristiano Pilla ao segundo turno das eleições para o Conselho de Gestão, "O Povo do Clube" tenta renovar 37 cadeiras do Conselho Deliberativo e, quem sabe, conduzir novos nomes à vida legislativa do clube.
— Até dialogamos com outros grupos, mas não abrimos mãos das nossas bandeiras, que são a democracia, transparência e identidade popular. Trabalhamos fortemente para que a modalidade de associação popular fosse implementada em 2017 e agora protocolamos um documento no início deste mês, solicitando eleições diretas para primeiro turno do clube. Temos bastante mulheres na nossa nominata e lutamos contra o machismo, racismo e xenofobia, valorizando o lema do "Clube do Povo". Eu, por exemplo, sou uma mulher negra e estou encabeçando a nossa lista — destaca a representante do movimento Lueci da Silva Silveira.
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Chapa 05: O Inter pode mais
A chapa que lança Alessandro Barcellos à presidência é composta por três movimentos políticos: "Academia Colorada", "Convergência Colorada" e "Inove Inter". Cerca de 30 conselheiros concorrem à renovação de suas cadeiras, estando entre eles nomes que estão na chapa ao Conselho de Gestão, como Dannie Dubin e Humberto Busnello. Ainda aparecem na lista o procurador-geral do Ministério Público, Geraldo da Camino, e o ex-vice-presidente de Marketing e Mídia, Nelson Berny Pires.
— É importante o sócio depositar o voto na chapa 05 também para o Conselho Deliberativo para criar uma base de apoio ao Conselho de Gestão para as mudanças e avanços do nosso clube. Precisamos valorizar as comissões do conselho, sendo propositivos nas pautas de capacitação, fiscalização e transparência da casa legislativa. Defendemos que o voto dos conselheiros seja aberto em todas as votações — explica Victor Grunberg, representante do movimento e que ocupou a pasta de administração do clube até o fim de setembro.
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Chapa 06: Hegemonia Colorada
Formado inicialmente por um grupo de médicos, em 2018, o movimento resolveu se lançar em "chapa pura" ao Conselho Deliberativo, apresentando nomes que nunca compuseram antes a vida política do clube e mantendo a neutralidade em relação à disputa presidencial.
— Quando vimos a coisa politicamente tão ruim no Inter, achamos que estava na hora de a gente se envolver mais. Então, agregamos a esse grupo de profissionais liberais, pessoas espalhadas pelo Estado. Hoje temos grupos em Ijuí, Pelotas e Santa Maria. Nossa bandeira original é colocar o clube acima de qualquer interesse, seja político ou pessoal — afirma Werner Gustavo Meyer Carvalho.
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Chapa 07: Inter sem fronteiras
O movimento surgiu neste ano, formado por um grupo de associados e conselheiros que deixaram o Movimento Inter Grande (MIG) — entre eles, Norberto Guimarães, atual vice-presidente de Relacionamento Social, e Najla Diniz, diretora de Inclusão Social. O nome dado reflete a intenção de ultrapassar as fronteiras da Capital.
— Quando eu estava na ouvidoria, percebi que 65% do nosso quadro social é composto por pessoas de fora de Porto Alegre e essas pessoas não conseguem viver o Inter. Nossa briga principal é levar informações sobre o clube a estas pessoas. Mas nosso pilar fundamental é a ética das arquibancadas. Não fazemos distinção étnica, de gênero, origem social ou onde mora. Não somos um movimento criado para a eleição. Eu, por exemplo, não renovo e sigo como conselheira. Então, queremos permanecer como um movimento ativo e orgânico, sem ranço ou passado preso a alguém — assinala Najla Diniz.
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Chapa 08: Rede Gigante
A chapa é composta por dois movimentos, o "Gigante Colorado" e "Rede Colorada de Fé", que se uniram para apresentar novos nomes ao Conselho Deliberativo do clube.
— Não temos nenhum conselheiro antigo. Estamos aí para mudar este estado de marasmo do Inter. Nossas bandeiras são a fiscalização, valorização do patrimônio do clube e aproximação do sócio do Interior, para que ele saiba o que está acontecendo com o clube — Rudinei Carvalho, representante do movimento, que liberou seus componentes a votar em qualquer um dos candidatos à presidência.
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Chapa 09: Sócio Independente Colorado
Em 2016, um grupo de torcedores que estava acostumado a dividir as arquibancadas do Beira-Rio resolveu fundar o movimento e concorrer às eleições daquele ano, fazendo cerca de 5% dos votos, sem alcançar a cláusula de barreira. No pleito seguinte, optaram pela coligação com os grupos "Acorda Conselho" e "Sócio Deliberativo". Em 2020, irão sozinhos, como da primeira vez, para tentar colocar seus primeiros nomes no Conselho Deliberativo.
— Nossa principal bandeira é a fiscalização antecipada do que acontece dentro do Inter. Geralmente, o pessoal deixa para fiscalizar depois que aconteceu. Queremos transparência total sobre os gastos do clube, sobre os valores das contratações de jogadores e que essas informações cheguem antes ao associado. O Conselho Deliberativo só fala com o sócio quando chega perto das eleições. Nós queremos mudanças e, para isso, tem que colocar um pessoal novo lá dentro — relata Vitor Dal Forno Júnior, representante do movimento.
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Chapa 10: Surge o Amanhã
Composta por dois movimentos políticos (Acorda Conselho e Sócio Deliberativo), a chapa não possui nenhum conselheiro atualmente. Porém, tentará reconduzir 14 associados que já viveram os bastidores políticos do clube anteriormente, como Tiago Issa, número um da nominata.
— Nosso slogan é "quem está pensando no Inter do futuro?". É a primeira vez que nós vamos ter uma eleição com seis anos de mandato e temos que botar lá pessoas preparadas para um debate institucional. Então, a gente trabalha com cinco grandes temas, com uma visão a médio e longo prazo, como obras do entorno, CT, modalidade do futebol feminino, a questão do "match day" e relacionamento com o sócio, para trazer receita para nos tornar competitivos com quem tem contrato de televisão muito maior que o nosso. Este é o espírito — afirma ele.
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Chapa 15: Movimento Camisa Vermelha
O grupo surgiu logo após o rebaixamento do clube, em meados de 2017, por intermédio do conselheiro Charlon Fantinel, que pertencia ao "Inove Inter", em conjunto com o advogado Matheus Ayres Torres. Após uma aliança com o "Gigante Colorado" há dois anos, o movimento resolveu se lançar em "chapa pura" desta vez. Na nominata, a grande maioria busca sua primeira vaga no Conselho Deliberativo, com apenas três nomes que já tiveram esta experiência em anos anteriores.
— O Inter parou no tempo. Poderíamos ser um clube gigante da América do Sul e do mundo — sentencia Torres, número um da lista — Nosso lema é fiscalização e transparência, mas pensamos em um Inter para 2050, com conceitos de gestão, como "match day", valorização do sócio do Interior e de fora do Estado, e do patrimônio do clube, como Gigantinho e Parque Gigante. Também temos uma preocupação muito grande com relação às pessoas com deficiência — completa ele.
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