Em sabatina realizada na tarde desta quinta-feira (10) por GZH, o candidato à presidência do Inter, José Aquino Flôres de Camargo, apresentou suas propostas ao sócio colorado para as eleições agendadas para o dia 15 de dezembro. Por cerca de 30 minutos, o ex-presidente do Conselho Deliberativo, que atualmente encabeça a Chapa 03 (Reage Inter), respondeu os questionamentos dos jornalistas Rafael Diverio, Leonardo Oliveira e Lelê Bortholacci — que representa também a torcida colorada no Grupo RBS.
Recém informado sobre a impugnação de sua candidatura, Aquino adotou um tom crítico sobre o processo eleitoral, mas não deixou de expor as ideias que deseja implementar no clube, principalmente voltadas à valorização das categorias de base.
— O futebol começa pela base. O Inter tem de reestruturar sua base. A história do Inter mostra que ele sempre foi forte quando teve uma base forte. Até que, nos últimos anos, o futebol tem mostrado alguma evolução. Fomos campeões da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Mas não estamos conseguindo fazer esta transição — explanou.
Confira outros tópicos da entrevista:
Organograma do clube
Teremos um vice-presidente político, ligado ao Conselho de Gestão, que vai ser o nosso braço no vestiário, que é o doutor (Roberto) Siegmann. Um dos membros do Conselho terá contato direto com ele, que é o doutor (Eduardo) Hausen. E eu ficarei a par de tudo. Teremos um executivo de futebol e outra figura, que será uma espécie de gerente, que fará a ligação com os diversos setores do clube. O orçamento do futebol estará atento ao orçamento do clube. E, na base, também teremos um executivo que já está escolhido.
Novo técnico
Temos de respeitar os profissionais que hoje se encontram trabalhando no clube. Respeito muito o Abel (Braga) por sua identificação com o Inter. Estamos analisando o mercado e temos muitos nomes em mente. Não seremos surpreendidos no dia 1º de janeiro. Não há nenhuma restrição. Pode ser estrangeiro ou brasileiro. O importante é que tenha o perfil e modelo da nossa gestão. Será um treinador moderno.
Vice de futebol: Roberto Siegmann
Porque ele é um homem respeitado, tem credibilidade e é um bom gestor. Durante este ano, estudei no curso da CBF Academy e aprendi que o dirigente político traça metas e diretrizes. Quem executa são os profissionais. Por isso, não há antagonismos. Ademais, nossos vice de futebol foi responsável pelo último título gaúcho disputado no Estádio Olímpico, em que viramos em cima do nosso tradicional adversário. Enquanto o nossos antagonista jogou cinco Gre-Nais e conseguiu empatar um. Ele (Siegmann) tem histórico vitorioso e é um homem da nossa confiança. Tem o temperamento de um homem correto, indignado. Me serve.
Ideia de jogo
O colorado gosta de um futebol aguerrido, com técnica, qualidade e propositivo. O Rolo Compressor nos anos 1940, o Rolinho dos anos 1950, a Academia do Povo de 1970 e a primeira década dos anos 2000 nos mostrou que o time tem que ser competitivo, jogar para vencer. A tática é variável dentro do próprio jogo, mas o modelo tem que ser propositivo. O Odair (Helmman), por exemplo, foi um bom técnico, mas teve dificuldade de ser aceito porque adotou um modelo reativo, que a torcida não aprecia. Nós não nascemos ontem no Inter e sabemos do que a torcida gosta.
Reforços
O que não existe no Inter é uma área de inteligência. Se existe, ela não escuta ou não é competente. Conosco, não vai ser este sistema que vigorou nos últimos anos, em que contrataram 55 atletas e nem nove deram resultado. Estamos trabalhando a partir do que nos mostram os empresário e não com a ciência e modernidade. Não precisamos contratar jogadores de nível médio se temos na base jogadores para compor o elenco. Isso é de uma clareza solar. Tiveram a oportunidade de fazer, não fizeram e agora se apresentam como solução.
Dívidas
Temos que alongar o perfil da nossa dívida. Isso é como o cidadão que tem parte do seu salário retido. O Inter tem que ter um orçamento real e não fictício, como teve nos últimos quatro anos. Estamos sendo assessorados por profissionais e teremos um executivo na área do marketing, gestão comercial e comunicação e outro na área de finanças. Precisamos reduzir custos significativamente. Temos um patrimônio imobiliário inigualável entre os clubes do futebol brasileiro e, infelizmente, não conseguimos fazer render um único centavo. Vamos ter que trabalhar em conjunto com a Brio. Ela é nossa parceira. Temos que aproveitar melhor o Beira-Rio. Os nossos sócios devem no Beira-Rio a sua casa. Muitos estão à distância e, quando visitarem Porto Alegre, serão recebidos como donos do Beira-Rio, visitarão lugares onde sempre sonharam estar, como o gramado. Vamos trabalhar muito para otimizar nossas receitas e vamos conseguir sair do sufoco, fazendo um time competitivo e à altura do Internacional.