Por mais que o Inter não tenha feito a sua parte na abertura do returno, o destino parece querer que a liderança do Brasileirão siga em mãos coloradas. O problema é que esta façanha não se dá por méritos próprios, já que o resultado obtido ontem à tarde, no Beira-Rio, está longe de ser positivo.
Apesar de empatar por 2 a 2, em casa, contra um Coritiba que luta para fugir do Z-4, e completar a terceira rodada sem vitórias, o Colorado pode agradecer ao Atlético-MG, que fez 4 a 0 sobre o Flamengo, e manteve o time de Eduardo Coudet no topo da tabela.
— Não acho que jogamos mal. Dominamos o primeiro tempo, geramos situações de gol e eles não chegaram muito. Não lembro de uma defesa do nosso goleiro. Nunca deixamos de buscar os três pontos, mesmo com um homem a menos. Mas cometemos alguns erros evitáveis — avaliou o treinador argentino.
Após encurralar o adversário durante a etapa inicial, e sair na frente do placar com Yuri Alberto (que teve a missão de substituir o suspenso Thiago Galhardo), o Inter viu o cenário mudar totalmente na volta do intervalo. Não apenas pelo gol marcado por Giovanni Augusto logo no reinício da partida, ou pelos dois que viriam depois, com Nonato e Sabino, mas principalmente pela expulsão de Heitor, aos sete minutos.
— Claro que a gente fica triste. Nosso objetivo era sair com a vitória, mas infelizmente fomos prejudicados pela expulsão. De longe, sinceramente, achei que não foi a intenção do Heitor fazer aquilo, mas cabe à arbitragem decidir. Batalhamos para sair com a vitória, mesmo com um a menos. Não saímos, mas nossa equipe é guerreira e ainda tem 18 finais para a gente buscar o título — comentou o meia Nonato.
Maratona
Porém, não há muito tempo para se lamentar. A partir de agora, o clube volta a pensar na Copa do Brasil, já que na quarta-feira terá o jogo de ida das quartas de final, contra o América-MG, em Porto Alegre.
A promessa é que nenhum titular será poupado e ainda há a expectativa quanto ao retorno do goleador Thiago Galhardo que, além de cumprir suspensão por ter sido expulso contra o Corinthians, se recupera de uma entorse no tornozelo direito, sofrida diante do Atlético-GO
— Vamos seguir fazendo o que já estamos praticando. A análise é feita pela comissão técnica e fisiologia. Eles examinam os jogadores que jogaram. O Thiago Galhardo está fazendo tratamento médico e vamos torcer para que ele tenha condições de jogo. As competições de mata-mata têm importância para a gente também, pelo ponto de vista do título e das premiações — sentenciou o vice-presidente Alexandre Chaves Barcellos.
Ao longo do mês de novembro, a maratona será intensa para o Inter, com mais oito jogos, por três competições diferentes. Por conta da janela de transferências para o Exterior fechar nesta segunda-feira, há um certo pessimismo quanto a novos reforços.
— São remotas as possibilidades. No que tange a poder competir, me parece que o Inter ainda é o líder do Brasileirão, está classificado para as quartas de final da Copa do Brasil e tem um grande enfrentamento com o Boca Juniors pela Libertadores. Tenho convicção que este grupo tem totais condições e espero que no mês de fevereiro possamos estar disputando pelo menos um título com chance de ganharmos — concluiu Barcellos
Não bastando todos os problemas relacionados ao campo, o vestiário ainda precisa se preocupar em não perder o foco com o que vem de fora. Por exemplo, a notícia vinda da Espanha, de que o Celta de Vigo está interessado em Coudet.
— É um clube no qual joguei e conheço bem. Mas, além disso, não tem nada — resumiu o próprio argentino.
Pelas palavras do treinador, uma preocupação a menos no Beira-Rio. O foco precisa estar no campo, ou em melhorar os resultados dentro dele.